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26 November 2024

Saiba como fazer sua própria máscara e os cuidados para se proteger do coronavírus

BRASÍLIA e RIO – O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, voltou a incentivar a população a utilizar máscaras de tecido domésticas como forma de proteção contra o novo coronavírus. Segundo ele, o uso pode desafogar a demanda por máscaras descartáveis destinadas às equipes de saúde — o governo vem enfrentando problemas para adquirir esse tipo de equipamento junto aos fornecedores na China.

 

A pasta divulgou um manual e disse que fará campanha virtual para incentivar as pessoas a fazer as próprias máscaras. O texto reforça a indicação para que o uso seja para quando for sair de casa.

— Você pode fazer uma máscara barreira usando um tecido grosso, com duas faces. Não precisa de especificações técnicas. Ela faz uma barreira tão boa quanto as outras máscaras. A diferença é que ela tem que ser lavada pelo próprio indivíduo para manter o autocuidado — disse Mandetta.

O ministro afirmou que as máscaras oferecem uma barreira mecânica contra gotículas de saliva que são, em geral, os principais vetores de transmissão da doença. O uso deve ser pessoal, trocadas a cada no máximo duas horas e lavadas (veja como no quadro abaixo) antes da reutilização.

A população deve usar apenas as máscaras simples, feitas em casa. As cirúrgicas, já em falta, devem ser exclusivas de profissionais de saúde, pacientes com Covid-19 e quem cuida de pacientes. Segundo a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), não há mais itens disponíveis no varejo e as drogarias estão em dificuldades até para fornecer aos próprios funcionários.

Especialistas recomendam o uso, mas alertam para que não se abandone o isolamento social dos que podem ficar em casa e os cuidados com a higiene.

A OMS, que hoje orienta o uso de máscaras prioritariamente para profissionais de saúde, está avaliando se atualizará a recomendação. Países como Alemanha adotaram o uso para toda a população. Os Estados Unidos estão avaliando.

Doações

Segundo Edmilson Migowski, infectologista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), essas máscaras são úteis principalmente em transportes públicos e em locais de aglomeração, mas é preciso ter cuidado na hora de manuseá-las.

A pneumologista Margareth Dalcolmo, da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) da Fiocruz, indica o uso de TNT e alguns tipos de tecido para fazer as máscaras, sempre dobrados, para maior proteção:

— Se for de TNT, deve ser descartada após o uso. Se for de outro tecido, pode ser lavada e reaproveitada. Mas é preciso ver a gramatura, a espessura do tecido, não são todos que vão fazer a proteção. A máscara precisa cobrir nariz e boca, mas é importante lembrar que as principais medidas continuam sendo isolamento social e higiene das mãos — afirma.