MP investiga compra de insumos para fabricação de cloroquina pelo Exército
O Ministério Público vai apurar se houve superfaturamento na compra de insumos para a fabricação de cloroquina pelo Exército. O medicamento é amplamente divulgado para o tratamento de covid-19 por Jair Bolsonaro, mesmo sem ter indicação de eficácia para o vírus.
De acordo com a Deutsche Welle, o processo também vai apurar a responsabilidade do presidente na decisão de aumentar a produção do medicamento de forma expressiva. A solicitação foi feita pelo subprocurador-geral do MP junto ao TCU (Tribunal de Contas da União) Lucas Furtado.
O pedido aguarda o parecer da secretaria do órgão para só assim ser analisado pelo plenário do tribunal.
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O insumo foi adquirido da Índia sem licitação e custou seis vezes mais que o valor pago pelo Ministério da Saúde no ano passado. A produção da droga, finalizada no Laboratório Químico e Farmacêutico do Exército, teve aumentou de 84 vezes nos últimos meses em relação ao mesmo período do ano passado, segundo o MP.
O pedido de investigação diz que a fabricação do remédio em quantidades expressivas é um desperdício de dinheiro público tendo que ser apurado. “E os responsáveis [devem ser] penalizados na forma da lei, especialmente se há suspeitas de superfaturamento na aquisição de insumos”, diz o documento.
O deputado José Medeiros (Podemos-MT) apresentou um pedido de procedimento interno contra o subprocurador Lucas Furtado alegando perseguição contra o presidente.
Nesta segunda-feira (3) o país chegou aos 94.665 mortos pela covid-19. O país e o epicentro da doença na América do Sul e o segundo país com mais infectados e mortos pelo novo coronavírus. O presidente afirma ter feito uso da cloroquina durante o tempo em que esteve infectado com covid-19. Mesmo com exame positivo para a doença, Bolsonaro promoveu uma coletiva de imprensa e passou de moto, onde cumprimentou trabalhadores e apoiadores sem fazer uso de máscara. Desde o dia de 30 de abril o uso de máscaras no Distrito Federal é obrigatório.