Pnad Covid-19: cresce número de pessoas que adotam isolamento mais flexível
Diante da flexibilização de serviços e do isolamento social, o número de pessoas que afirmaram ter reduzido o contato, mas continuam saindo ou recebendo visitas segue crescendo. Da segunda para a terceira semana de setembro, mais 2,4 milhões de pessoas passaram a integrar esse grupo, agora composto por 85,7 milhões de pessoas. Os dados são da última edição da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Covid-19, divulgada nesta sexta-feira (9/10), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Pela primeira vez desde junho, quando o tema passou a integrar a pesquisa, o grupo que adota o comportamento mais flexível representa a maior parte dos pesquisados, 40,5%. Em segundo lugar, representando 39,9% dos brasileiros, está o grupo formado por pessoas que ficaram em casa e só saíam por necessidade básica. Antes, esse grupo representava a maior parte da população brasileira.
Desde que o isolamento social passou a ser objeto de estudo da Pnad Covid-19, a flexibilização das medidas restritivas é uma tendência que pode ser observada. “Toda semana, tem cada vez menos pessoas que ficam rigorosamente isoladas dentro de casa e elas passam para uma medida um pouco menos restritiva, que é sair para resolver algumas coisas”, ressalta a coordenadora da pesquisa, Maria Lucia Vieira.
Outro dado que comprova a afirmação de Maria Lucia é a queda na quantidade de pessoas rigorosamente isoladas, entre a segunda e terceira semana de setembro. Segundo o IBGE, 1,6 milhão de pessoas deixaram de se isolar de maneira intensa.
Trabalho
A flexibilização também levou pessoas desempregadas a voltarem a procurar um trabalho. Entre as duas semanas avaliadas, houve queda no contingente que estava desempregado e não procurou trabalho por causa da pandemia. De 16,3 milhões, o número passou para 15,4 milhões.
Além disso, pela primeira vez na série histórica da Pnad Covid-19, o nível de ocupação teve um aumento significativo. A população ocupada aumentou em 1,1 milhão de pessoas, totalizando 83,7 milhões.
“Esse aumento se dá a partir de variações positivas sucessivas da população ocupada nessas últimas quatro semanas. Esse contingente vem aumentando um pouco, não de forma estaticamente significativa, mas há uma tendência de crescimento. O mercado de trabalho já parece mostrar as primeiras reações de recuperação”, avalia a pesquisadora.
Correio Braziliense