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28 November 2024

Feira de Santana: atrasos nos salários, redução de frota e demissões podem desencadear greve no transporte público

Salários atrasados, frota defasada e insatisfação por parte dos rodoviários de Feira de Santana (distante a 109 km de Salvador). Com isso, uma paralisação foi desencadeada no serviço de transporte do município. A categoria decidiu paralisar as atividades nas primeiras horas da última quinta-feira, 21. Nesta sexta-feira, 22, a frota já circulava normalmente. Duas empresas exploram o serviço na cidade, que são as empresa Rosa e São João.

Um dos fatores primordiais para a insatisfação da classe é o número de demissões ocorridas nos últimos meses. De acordo com o vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários de Feira de Santana, Zé de Souza, “mais da metade dos rodoviários foram demitidos desde setembro do ano passado”.

“As duas empresas que exploram o serviço na cidade, que são: a Rosa e a São João. tinham em média de mil colaboradores até outubro. Hoje nós estamos com seiscentos e cinquenta trabalhadores, disse.

Atrasos

De acordo com o sindicato, a empresa Rosa e empresa São João estão com o recolhimento do FGTS em dia.

“Os pagamentos estão atrasados, assim como também o vale-alimentação, plano de saúde e, até agora, não nos avisaram nada. Resolvemos realizar uma assembleia e suspendemos o movimento, afirmou o vice-presidente”.

Ameaça de paralisação

Zé de Souza disse ainda, que caso não resolva a situação até a próxima segunda-feira, 25, uma greve por tempo determinado vai ser realizada já a partir desta terça, 26.

“Caso a situação de pendência não se resolve até esta próxima segunda-feira, a gente para por tempo indeterminado já na terça-feira, reiterou.

Onibus retirados

De acordo com denúncias recebidas pelo Portal A Tarde, a empresa Rosa, uma das prestadoras do transporte, teria retirado vários ônibus da frota local, e destinados à cidade de Vitória da Conquista, o que deixou a cidade com a frota “defasada”.

Em maio de 2020, a empresa Rosa informou em comunicado, que iria rescindir o contrato com a Prefeitura do municípiom, alegando “grave quadro financeiro”.

Contratos

De acordo com o proprietário da empresa São João, Marcos Franco, o contrato com o município é de quinze anos, a partir da assinatura do contrato, que foi feito no início de 2016, o que poder ser renovável por mais quinze anos.

“Para o contrato ser renovado, depende da vontade das partes. Não temos subsídio da prefeitura, já que ajustamos um TAC, onde é garantida uma remuneração mínima”, afirma.

Quanto ao atraso, Marcos explica que todo dia 20, é pago um adiantamento salarial, porém devido a pandemia, foi dialogado com o sindicato sobre a dificuldade de pagar nesta data.

“É o terceiro mês, que ocorre esse atraso, justamente pelo atual período da pandemia. O sindicato aceitou e entendeu. Nossa falha foi não formalizar essa possibilidade”, reiterou.

O prefeito Colbert Martins explicou ao Portal A TARDE, que realmente o que a Prefeitura faz é antecipar compras.

“Sobretudo nesse período pandêmico estamos antecipando compras. Por exemplo, se tem algo que pudesse ser comprado em junho, a gente compra agora fevereiro.

Liminar contra bloqueio

O Tribunal de Justiça da Bahia, por meio de liminar concedida pelo juiz Nunisvaldo dos Santos, nesta sexta-feira, 22, suspendeu o bloqueio nas garagens das empresas de ônibus Rosa e São João, o que proibe possíveis novos bloqueios. A multa, caso aja descumprimento, é de R$ 50 mil.

Nossa reportagem entrou em contato com a empresa Rosa e não obtivemos resposta até o fechamento desta matéria.