Pai de aluno acusa Colégio Marista de descaso e descumprimento de decisão judicial; entenda
Com campanhas para trazer os estudantes de volta, mesmo ainda em meio a pandemia e sem datas para imunização contra o coronavírus, parece que o empenho do Colégio Marista ficou apenas nas redes sociais, porque quando se trata da vida real, nos acordos com os pais dos alunos, esse objetivo fica em segundo plano e o que sobressai são processos na Justiça, reclamações e muita dor de cabeça.
Ao BNews, um pai de um aluno denuncia o descaso da administração da escola em relação à matrícula do filho. Segundo ele, que prefere não ser identificado, precisou entrar com um processo contra a instituição para conseguir desconto na mensalidade de 30% e, apesar de deferido pela 1ª Vara do Sistema dos Juizados Especiais de Causas Comuns, ainda não recebeu o boleto bancário com desconto vigente.
“As aulas de meu filho começaram hoje on-line e o mesmo não teve acesso pois estou como inadimplente e não consegui matricula-lo. O pior disso tudo é meu filho não estar matriculado por conta disso”, disse o denunciante.
Com a crise causada pela pandemia, o pai deste aluno ficou desempregado e consequentemente, inadimplente com as mensalidades da escola desde maio. Todavia, alegou que procurou o Marista para negociar a dívida, mas não conseguiu o acordo necessário. “Disseram que só tirariam a multa e o juros com pagamento a vista ou parcelado de 10x”, explicou.
Ainda conforme o denunciante, circulam entre os pais da escola rumores de que alguns devedores conseguiram descontos entre 30 e 45%, mas isso não teria sido aplicado a todos os clientes. “Aí mandei e-mail, conversei com a diretoria, tentando negociar já que eu estava inadimplente também, mas não resolveu, aí fui para a Justiça”, disse.
Com todos os transtornos, a decisão judicial ainda não foi suficiente, conforme o pai do aluno, já que ainda não conseguiu realizar o pagamento das mensalidades com o desconto estabelecido pela Justiça.
“Estou muito chateado com o Marista, porque procurei diversas vezes para tentar um acordo e eles foram irredutíveis. Uma escola que preza pelos valores mencionados pelo outro pai, sendo que na verdade só pensa no dinheiro e até agora não mandaram o boleto e meu filho já perdeu aula”, completou.
Procurada, a assessoria de imprensa da instituição não esclareceu o caso e se resumiu a informar que o Marista só irá se manifestar nos autos do processo.
Outras reclamações
Essa não é a primeira reclamação direcionada ao colégio. Na tarde de ontem, segunda-feira (25), o BNews recebeu denúncias sobre tratamento inadequado do Marista com os pais dos alunos.
Conforme os denunciantes, a unidade escolar acabou com o atendimento personalizado e contratou uma equipe de call center de Brasília para tratar da área financeira. As supostas mudanças provocaram críticas.
À reportagem, o Colégio Marista Patamares informou “que mantém um atendimento individualizado para pais e responsáveis de alunos diretamente em sua unidade”. “O serviço prestado pela Central de Atendimento é relacionado às questões financeiras e busca sempre um atendimento qualificado e personalizado”, diz.
Ainda em nota, a instituição de ensino ressalta “que o serviço não é terceirizado, sendo feito por uma equipe de colaboradores Maristas, que mantém o propósito da Instituição de chegar a um acordo justo para ambas as partes”.