Governo e empresas chinesas doam recursos médicos para combate a Covid-19 no Brasil
Com o gravíssimo momento da pandemia da Covid-19 no Brasil ganhando grande repercussão internacional, o governo chinês e diversas empresas orientais realizaram doações de recursos e equipamentos médicos para auxiliar no combate ao coronavírus.
Na última semana, o país atingiu a triste marca de 300 mil mortos pela doença. Somente os Estados Unidos tiveram mais mortes pela doença — no entanto, graças às medidas de prevenção reforçadas e à rápida vacinação, os números despencaram nos últimos meses.
Em janeiro, a embaixada da China no Brasil ofereceu ao governo do Amazonas apoio financeiro e doação de insumos para o enfrentamento da pandemia. O estado enfrentava um colapso do sistema de saúde, com falta de leitos e de oxigênio para os pacientes internados.
“Sensibilizada com a situação, esta embaixada está mobilizando o efetivo engajamento de instituições e empresas chinesas no Brasil para auxiliar de forma concreta neste momento desafiador, tais como oferecer apoio financeiro e doar itens e insumos prioritários para salvar vidas”, diz a embaixada em uma carta.
A doação incluiu também 1,9 mil quilogramas de oxigênio e outros insumos, como 360 mil máscaras e 200 cestas de alimentos. Além disso, a China também doou US$ 80 mil, equivalente a cerca de R$ 450 mil, ao Fundo de Promoção Social e Erradicação da Pobreza do Amazonas.
DF e China
Em maio do ano passado, um dos gigantes da China, o grupo internacional Fosun, doou duas mil máscaras, 9,6 mil testes, além de equipamentos que fazem a leitura dos diagnósticos do novo coronavírus. Os recursos foram entregues para a rede pública de saúde do Distrito Federal.
A doação foi capitaneada pelo Escritório de Assuntos Internacionais do Governo do Distrito Federal (GDF) e sinaliza a boa relação daquele país com o Palácio do Buriti.
“A doação desses materiais pelas empresas chinesas demonstra o importante papel da cooperação internacional, principalmente neste momento de crise”, explicou Renata Zuquim, chefe do órgão.
Na última sexta-feira (27), mais um aceno da cooperação entre o DF e a China foi realizado. A Secretaria de Saúde do Distrito Federal recebeu 100 respiradores hospitalares doados por duas empresas chinesas. Segundo a pasta, os equipamentos serão destinados ao atendimento a pacientes com Covid-19 internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de estabelecimentos públicos de saúde.
Em nota, a secretaria garantiu que os 100 ventiladores pulmonares serão distribuídos, instalados e começarão a funcionar até a próxima segunda-feira (29).
Doados pelas companhias chinesas Beijing Bytedance, dona do Tik Tok e Alibaba, os aparelhos, após terem sido entregues no Aeroporto Internacional de Guarulhos, foram transportados até Brasília, gratuitamente.
Atritos diplomáticos entre Brasil e China
A relação entre China e Brasil ao longo da pandemia é marcada pela falta de diplomacia do governo de Jair Bolsonaro, cujo chanceler, Ernesto Araújo, já se referiu em diferentes ocasiões ao novo coronavírus como “comunavírus” e “vírus ideológico”.
Essa é uma das razões pelas quais o PSOL defendeu à Procuradoria-Geral da República a demissão de Araújo. O partido sustenta que, enquanto a população anseia por um programa de vacinação em massa, o chanceler conduz o país a um total isolamento, “atacando esforços de cooperação internacional multilateral de enfrentamento à pandemia e prejudicando relações bilaterais fundamentais para a compra e produção de vacinas”