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25 November 2024

Exclusivo: B.O consta afundamento do crânio e intestino exposto em vítimas do Atakatejo

Foto: Reprodução

Mais de um mês após a morte de Bruno e Yan Barros da Silva, tio e sobrinho que foram entregues a traficantes do Nordeste de Amaralina ao roubarem carnes no supermercado Atakarejo do bairro, o Bahia 190 teve acesso ao Boletim de Ocorrência (B.O), que mostra detalhes de como as vítimas foram encontradas. Crime aconteceu no dia 26 de abril deste ano.

Como já foi confirmado pela Secretária de Segurança Pública (SSP), os funcionários do supermercado envolvidos no crime chegaram a pedir R$ 700 reais para liberarem os dois, mas as vítimas conseguiram apenas R$ 550, mediante ligações. Com isso, os seguranças os ameaçaram de morte falando que as vítimas seriam entregues aos traficantes do Nordeste de Amaralina, o que de fato aconteceu.

Boletim de Ocorrência obtido pelo Bahia 190

Sem conseguirem a quantia, Bruno e Yan foram entregues aos traficantes na localidade conhecida como Boqueirão, onde foram torturados. De acordo com o documento obtido pelo B190, eles foram espancados com facadas e pauladas. Em seguida, ambos foram colocados num veículo, modelo Hyundai I30, onde foram desovados juntamente com o automóvel na região da Polêmica, atrás da faculdade São Salvador, no bairro de Brotas.

Ainda segundo o B.O, os policiais relataram que Bruno foi encontrado com uma “profunda abertura na região frontal do tórax”. Já Yan possuía “afundamento total do crânio”. As vítimas estavam no porta malas do carro. Também foi visto em uma das vítimas, lesões com abertura para cavidade abdominal, havendo exposição de alças do intestino delgado.

De acordo com a Polícia Civil, mais de 30 pessoas foram ouvidas e oito, entre seguranças do Atakarejo e suspeitos de tráfico de drogas, estão atrás das grades. Um funcionário do supermercado é considerado foragido e seu advogado afirma que ele não se apresentou por motivos de segurança.

Estão presos o gerente geral da loja, o encarregado da segurança, um segurança e cinco suspeitos de praticar crimes ligados ao tráfico de drogas.

O Ministério Público da Bahia (MP-BA) informou que continua acompanhando o caso e que espera a remessa do Inquérito Policial. O órgão também afirmou que se manifestou em todos os pedidos de medidas cautelares, mas que o inquérito ainda está sob a responsabilidade de Polícia Civil.

BAHIA190