MPF envia denúncia sobre suposta “rachadinha” no gabinete de Samuel Carvalho para o MP-SE
O Ministério Público Federal (MPF) enviou a denúncia de suposto esquema de “rachadinha” no gabinete do ex-líder da oposição na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), Doutor Samuel Carvalho (Cidadania), para o Ministério Público de Sergipe (MP-SE).
Agora, a atribuição da denúncia e a adoção das medidas cabíveis ficam com o MP-SE. O AjuNews teve acesso, nesta sexta-feira (8), aos documentos do MPF e MP-SE. Segundo o MPF, “não há a presença de recursos federais, pois todos os recursos supostamente desviados são do erário estadual, eis que vinculados à Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese)”. Ainda no documento enviado ao MP-SE, “não pode o Ministério Público Federal (MPF) se arvorar nas causas de competência da seara estadual”, diz o documento.
A Ouvidoria do Ministério Público Estadual encaminhou a denúncia nº 10833, ao Procurador-Geral de Justiça, através do Sistema de Gerenciamento Eletrônico de Documentos (GED), gerando o expediente nº 20.27.0048.0004153/2021-98.
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do MP-SE, também recebeu a denúncia e encaminhou para o Procurador-Geral de Justiça, Manoel Cabral Machado Neto.
Entenda o caso
A denunciante do suposto esquema é Gildete Dias Menezes, que afirma que a esposa de Doutor Samuel Carvalho, Adriana Menezes, ficava com parte significativa do salário pago pela Alese. O AjuNews teve acesso com exclusividade ao áudio em que Gildete conversa com o chefe de gabinete do parlamentar pelo Cidadania, José Carlos Almeida, logo após saber da sua exoneração do cargo de assessor técnico-operacional, que ocupava no gabinete da presidência da Casa Legislativa.
O chefe de gabinete, José Carlos Almeida também confirma que teve que intervir no pedido de exoneração de outra servidora chamada Maria Alcileide Costa da Silva, conhecida como Leda.
Gildete Dias Menezes, esteve lotada no gabinete da presidência entre 01 de abril de 2020 e abril de 2021, no cargo de assessor técnico-operacional na Alese, sob matricula 13.654, o salário líquido R$ 2.717,03. Como no áudio a mesma diz, que ficava com R$ 600,00 do salário, o repasse para José Carlos Almeida, primeiramente e depois para Adriana Menezes, seria de R$ 2.117,03.
Em nota enviada ao AjuNews na quarta-feira (6), o MPF confirmou o recebimento da denúncia. “O Ministério Público Federal em Sergipe informa que em 29/09/21 recebeu, através de seu sistema de denúncias, manifestação sobre possível irregularidade na contratação de funcionários para cargos em comissão no gabinete do deputado estadual Samuel Carvalho. A manifestação está em fase de distribuição e, após sorteio eletrônico, passará a ser analisada pelo procurador designado”.
O deputado estadual Dr. Samuel Carvalho negou através de nota a existência de um suposto esquema de “rachadinha” em seu gabinete. Segundo ele, a notícia publicada pelo AjuNews, nesta quinta-feira (7), é inverídica e não passa de mais uma tentativa da oposição para descredibilizar o seu trabalho e manchar a sua reputação.
Foto Arquivo AJU NEWS / Assembleia Legislativa de Sergipe
Por Fernanda Sales e Peu Moraes