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24 November 2024

+ Um presunto na BARRA: O povo está cansado da violência Governador

A rotina do vendedor de artesanato Roberto Rocha no Porto da Barra não é só caminhar pela orla e tentar vender os acessórios. Volta e meia o comerciante fica sabendo de algum crime que aconteceu na praia, como o assassinato de um homem no domingo (10). 

O trabalhador reclama que a violência no ponto turístico continua, mesmo após a troca no comando da Polícia Militar no local. “Trocou e não mudou nada. Fico preocupado, acho que tinha que ter mais policiamento sempre, não só quando acontece esses crimes”, disse à reportagem.

De acordo com a Polícia Militar, a vítima do domingo foi identificada como Uéslei Nielson Cruz Santos, 28 anos, e estava na faixa de areia da praia, quando um outro homem chegou caminhando, por volta de 19h, e atirou diversas vezes contra ele. Em seguida, o atirador fugiu. Wesley não resistiu e morreu no local. A Polícia Civil investiga autoria e motivação.

Kátia Pelima, de 47 anos, diz também estar preocupada com a onda de crimes no Porto da Barra. Ela conta que caminha sempre na praia de manhã cedo, horário em que o local está com pouca movimentação e, na avaliação dela, o risco de um incidente como esse acontecer é bem menor.  “Evito esses horários de pico. Mas não tem como controlar isso. É muita gente que frequenta essa praia”, acredita.

“Incômodo”

O inspetor geral da Guarda Municipal, Marcelo Silva, disse ao BNews na manhã desta segunda-feira (11) que o homicídio causa “incômodo” e pontou que o Porto da Barra é um dos principais pontos turísticos de Salvador.

“Uma ação difícil de ser impedida porque foi pontual, tinha endereço, o seu alvo. A gente lamenta essas cenas aqui e nos últimos meses vimos uns três acontecimentos […] Esses crimes são coisas muito pontuais, não é algo que seja difuso no local, mas traz um incômodo pra gente principalmente sendo no Porto da Barra, um local turístico e tão querido por todos”, afirmou.

Leonardo Cunha e Marília Duarte foram informados pela própria reportagem do assassinato ocorrido no domingo. Eles não sabiam que a praia foi palco de mais um crime. “A gente vem bem cedo e é tranquilo, então não afeta nossa rotina. A gente fica preocupado pela cidade como um todo”, diz Marília.

Palco de crimes

No dia 16 de agosto, um casal em situação de rua foi atacado em um incêndio criminoso na praia. Homem e mulher morreram dias depois após complicações causadas pelas queimaduras.

Em 5 de setembro, um homem foi morto a tiros após um tiroteio em uma das ruas da praia. Segundo a Polícia Civil, a vítima identificada como Rodrigo Cerqueira de Jesus era conhecido como Tosca e era suspeito de tráfico de drogas na região. A mãe de Rodrigo e outro homem, que não teve a identidade divulgada, também foram baleados na mesma ação, mas conseguiram sobreviver.

Dias depois, um homem com transtornos mentais invadiu o Porto da Barra com uma faca e ameaçou banhistas. A Guarda Civil Municipal (GCM), que tinha uma equipe atuando na segurança da região, foi chamada e conseguiu mobilizar a pessoa.

 Por: Vagner Souza/BNews 

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