“Não dá pra falar com certeza, mas temos esperança”, diz infectologista sobre fim da pandemia em 2022
Em 17 de dezembro de 2021, o novo coronavírus completou dois anos da primeira infecção confirmada em humanos. Depois, foram mais de 270 milhões de pessoas infectadas e mais de 5 milhões de mortes no mundo. Mas, com o início das campanhas de vacinação, há cerca de um ano, a esperança de uma vida normal está cada vez mais presente.
A presidente da Sociedade Baiana de Infectologia, a infectologista Miralba Freire, projeta um 2022 com boas expectativas em relação à pandemia, mas não afirma que o novo coronavírus deixará de ser um risco para a população mundial no próximo ano. “Não dá pra gente falar com certeza, não há um estudo que afirme isso categoricamente, mas temos uma esperança, temos expectativas”, explicou.
De acordo com a infectologista, a possibilidade de novas variantes, como a Ômicron, são o principal problema. Já um novo lockdown, por exemplo, é algo mais difícil. “Acredito que em relação a lockdown, com o aumento da vacinação, a tendência é que seja menos provável ou pelo menos com a frequência que tivemos, espero que não tenha mais, mas só o tempo vai poder dizer”, contou.
A especialista explica que a vacinação trouxe ótimos resultados no combate ao vírus e espera que novas ondas de casos não aconteçam no Brasil. “Com a vacina e com os reforços, a tendência é que novas cepas que surjam tenham impacto menor. A gente espera que não haja mais aquele alto número de óbitos, quantidade imensa de hospitalizações, mas pode haver ainda um número grande”, disse a médica.
Outro ponto importante que deve ser combatido, de acordo com a médica Miralba Freire, é o negacionismo. “Ainda temos muito embates na sociedade, mesmo nos meios técnicos, muitos lugares com pessoas não se vacinando. No Brasil tem outros negacionismos. Acredito que a ciência está conquitando espaço e vamos vencer, mas ainda temos um longo trabalho pela frente”, detalhou.
Miralba Freire é presidente da Sociedade Baiana de Infectologia
E o que veio para ficar com a pandemia?
A doutora Miralba Freire acredita que alguns costumes adquiridos durante esse período vão continuar sendo utilizados. “Eu acho que nessa pandemia nós tivemos muitos aprendizados, em relação a comportamento, em lugares fechados, riscos de transmissão respiratória, com certeza vai haver uma mudança”, explicou a presidente da Sociedade Baiana de Infectologia.
O uso de máscaras já está diminuindo, mas a médica garante: “Certamente não deverá ficar como foi no início da pandemia, mas algum aprendizado a gente vai tirar, sim. Acredito que o uso vai ser maior do que era antes, principalmente em locais com maior número de pessoas, locais mais fechados”.
Miralba Freire lembra, por exemplo, dos ambientes de saúde. Antes da pandemia, pacientes frequentavam clínicas e hospitais sem máscaras, o que deve mudar. “Já utilizávamos em algumas emergências antes, mas com certeza isso vai aumentar”, reforçou.
O uso do álcool em gel, de acordo com a infectologista, também estará na rotina da população. “Já antes da Covid, álcool em gel já estava sendo indicado e usado, profissionais de saúde já têm esse costume há muitos anos”, lembrou.
“O que houve agora foi uma explosão maior, todo mundo passou a conhecer mais. Provavelmente o álcool em gel será ofertado com mais frequência em locais públicos do que era antes da pandemia”, explicou.
Miralba Freite lembra ainda que o uso do álcool em gel “é um hábito interessante, pois permite fazer uma higienização eficiente em relação a bactérias, vírus”.