Bruno Reis espera ajuda do Governo Federal até 15 de março para barrar reajuste da tarifa de ônibus
O prefeito de Salvador, Bruno Reis (UB), disse nesta quarta-feira (9) que pode haver um reajuste no valor da tarifa de ônibus na capital baiana. Segundo o gestor, há um movimento nacional de prefeitos que aguardam ajuda do Governo Federal, através de subsídio, para evitar o aumento. Bruno afirmou que o dia 15 de março é o prazo máximo para definição.
Atualmente, a tarifa de ônibus em Salvador custa R$ 4,40. Ele está em Brasília para um encontro da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP).
“Estamos aguardando o Governo Federal. Se até 15 de março não vier ajuda, teremos que dar o reajuste. E vamos dar o reajuste em conjunto no Brasil todo. Com a pandemia, mais o aumento elevado dos combustíveis, do valor do ônibus, do pneu, o sistema é deficitário. Estamos mobilizados para buscar subsídios federais para evitar o aumento este ano”, disse.
“O transporte público, hoje, é o maior problema de todas as cidades por conta da diminuição dos passageiros transportados. Só voltamos a ter 60% do que era antes da pandemia. Com o aumento dos combustíveis, o valor do ônibus elevou muito, e a tarifa não remunera mais o sistema. Os prefeitos estão buscando subsídio federal porque se formos praticar os aumentos conforme os contratos, a população não tem condição de pagar”, acrescentou.
Bruno Reis ainda comentou o pedido feito pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), que reiterou à Justiça para que determine a retomada integral da circulação de 100% da frota de ônibus durante os horários de pico.
“Não tem como aumentar a frota se não tem ônibus. Uma empresa quebrou e as outras assumiram essas linhas botando todos os ônibus disponíveis. De um lado, não tem como pagar essa conta e do outro, não tem equipamento disponível, então não adianta tentar impor ou sugerir determinações que não podem ser cumpridas”, pontuou.
Segundo o prefeito, Salvador receberia um subsídio de R$ 64 milhões do Governo Federal, para compensar a gratuidade dos idosos e das pessoas com deficiência. Ele disse também que a prefeitura não tem como arcar, sozinha, com os custos do sistema de transporte público.
Bruno voltou a defender a criação de um fundo nacional pra que o sistema de transporte seja subsidiado. Caso isso não ocorra, ele desenha um cenário pessimista para o transporte público de todo país.
“O fundo nacional [proposta da Frente dos Prefeitos] resultaria em recursos para ajudar a subsidiar o transporte público, como é feito em qualquer lugar do mundo, mesmo aqui no Brasil. Salvador tem uma série de problemas que agravaram o sistema, como chegada do metrô, a repartição injusta da tarifa, a tarifa única de integração com vários modais. São problemas que levaram ao agravamento do sistema, e a pandemia veio e praticamente destruiu o sistema de transporte publico”, concluiu.
* Com informações do G1