“Foi uma tragédia anunciada”, diz presidente do Sinspeb sobre rebelião na Mata Escura

O presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado da Bahia (Sinspeb), Reivon Pimentel, conversou com o Bahia 190 sobre a situação do Complexo Penitenciário da Mata Escura, que sofreu uma rebelião entre facções criminosas na tarde de domingo (20).

Questionado se os responsáveis pela penitenciária tomaram alguma medida para que outra rebelião e a entrada de armas de fogo sejam evitadas, Reivon foi direto: “Não tomou e nem tomará”.

“Bastava a Seap tomar as providências cabíveis para mitigar a insegurança nas unidades prisionais baianas, principalmente em relação a Penitenciária Lemos Brito, que já tem cerca de 70 anos de construída, tem uma estrutura arcaica, fora dos padrões recomendados pelo Departamento Penitenciário Nacional e que durante a sua existência não passou por nenhuma reforma estrutural significativa”, afirmou ao B190.

Além disso, ele diz ser preciso recompor o efetivo de policiais penais. De acordo com ele, o efetivo é de menos de 10% que o recomendado pelo Conselho Nacional de Política Criminal Penitenciária (CNPCP), ou seja, seria necessário, pelo menos 250 policiais penais por plantão, contudo, o complexo possui apenas 20.

Em contato com a SEAP para saber se alguma medida foi tomada para que outra rebelião seja evitada, foi apenas respondido que “uma varredura nas alas afetadas estão sendo realizadas para evitar novos incidentes e revistas são realizadas de forma frequente para coibir a entrada de ilícitos nas Unidades
Prisionais”.

Estiveram presentes na ocorrência, equipes da Samur, Departamento de Polícia Técnica, DHPP, Agentes Penitenciários, da CPS, GEOP, Presidio de Salvador e Conjunto Penal Masculino de Salvador, além do apoio dos membros do Ministério Público, Defensoria Publica, OAB e o Poder Judiciário (Corregedoria Geral e 2ª VEP).