maio 16, 2022
Irmão de militar envolvido em morte de policial civil é preso em ferro-velho na Praça da Bandeira
– O irmão do sargento da Marinha, Bruno Santos de Lima, envolvido na morte do papiloscopista da Polícia Civil, Renato Couto de Mendonça, aos 41 anos, na última sexta-feira (13), foi preso em flagrante na manhã desta segunda-feira (16), quando tentava retirar peças do ferro-velho administrado pelo militar e o pai, Lourival Ferreira de Lima, também envolvido no crime.
A Polícia Militar realiza patrulhamento ostensivo próximo ao estabelecimento, na Praça da Bandeira, na Zona Norte do Rio. No local, o homem informou que era funcionário e acabou sendo detido. Ele foi levado para a 18ª DP (Praça da Bandeira), onde deve ser ouvido pelo delegado titular, Adriano França, na tarde de hoje.
O irmão do sargento já tem uma anotação criminal por receptação, mas ainda não se sabe se ele teve envolvimento na morte do policial civil. Nesta terça-feira (17), Bruno e Lourival, além dos sargentos Manoel Vitor Silva Soares e Daris Fidelis Motta, vão passar por audiência de custódia. A expectativa é que a prisão deles seja convertida em preventiva.
O corpo da vítima foi encontrado na manhã de hoje, no Rio Guandu, à 500 metros da ponte do Arco Metropolitano, em Japeri, na Baixada Fluminense. Renato Couto Mendonça foi morto por três militares da Marinha do Brasil depois de uma discussão no ferro-velho da Praça da Bandeira. Após reconhecimento, ainda às margens do Rio Guandu, a família de Renato se emocionou e deu as mãos para rezar o Pai Nosso. O corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML), do Centro do Rio, escoltado por viaturas da Polícia Civil. Cerca de 30 agentes dos bombeiros atuaram nas buscas.
Após ser baleado, Renato teria sido colocado dentro de uma van da força militar e seu corpo jogado no Rio Guandu. O perito teria sido arremessado de uma ponte, próximo ao bairro de Engenheiro Pedreira. Um vídeo feito pela perícia mostra que a ponte ficou manchada de sangue; amostras foram coletadas.
Entenda o caso
De acordo com um familiar do policial morto, Renato foi até o local após saber que objetos de metal dele, que fazia uma obra na Mangueira, tinham sido furtados por usuários de crack e vendidos para esse ferro-velho. Ele teria sido instruído pelo dono do local a retornar em outro horário, ocasião em que foi baleado e colocado dentro de uma van. O veículo pertencia à Marinha, e teria sido levado para um quartel após a desova do corpo. Dentro da unidade militar, a van teria sido lavada.
Investigação conjunta das equipes das Delegacias de Homicídios, 18ªDP (Praça da Bandeira) e IIFP (onde o agente era lotado) constatou que o policial teve uma desavença dentro do estabelecimento. Pai e filho, donos do ferro-velho, com os outros dois comparsas, utilizaram a viatura oficial militar para raptar e matar o policial.
Em nota, a Marinha se solidarizou com os familiares do policial e informou que abriu um inquérito militar para apurar as circunstâncias do crime.