Aliados de Lula traçam plano contra iniciativa do centrão de avançar sobre emendas
Ex-presidente tem criticado as chamadas emendas de relator, que são a base de negociações políticas de Bolsonaro
Diante da ameaça do Congresso de tornar obrigatórias as chamadas emendas de relator e reduzir ainda mais os poderes do Palácio do Planalto, aliados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passaram a defender que a votação do Orçamento de 2023 ocorra apenas no próximo ano.
Apostando numa vitória do ex-presidente nas eleições, o objetivo dos petistas é ganhar tempo para reorganizar as forças políticas no Legislativo e, assim, tentar garantir um maior controle sobre o Orçamento da União para um eventual governo Lula.
A avaliação é que a atual articulação conduzida pelo centrão, no sentido de transformar em impositivas as emendas de relator, levará a uma redução ainda maior do poder do presidente da República a partir de 2023 —seja ele Lula ou Jair Bolsonaro (PL).
As emendas de relator devem somar cerca de R$ 19 bilhões no Orçamento do próximo ano, valor que chega a superar a verba de alguns ministérios.
Folhapress Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil