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24 November 2024

Árbitro brasileiro assume homossexualidade: “Passei a vida sacrificando o que sou”

Juiz reforçou que por esse motivo cresceu odiando futebol

O árbitro mineiro Igor Benevenuto, membro do quadro da Fifa, assumiu ser homossexual no podcast do “ge”, “Nos Armários dos Vestiários”. Ele afirmou que passou a vida “sacrificando” quem ele era com medo da homofobia e do preconceito no meio do futebol. Igor reforçou que por esse motivo cresceu odiando o futebol, mas acabou precisando criar um personagem para ser aceito. – O futebol é um esporte que eu cresci odiando profundamente. Não suportava o ambiente, o machismo e o preconceito disfarçado de piada. Para sobreviver na rodinha de moleques que viviam no terrão jogando bola, montei um personagem, uma versão engessada de mim. Futebol era coisa de ‘homem’, e desde cedo eu já sabia que era gay. Não havia lugar mais perfeito para esconder a minha sexualidade. Mas jogar não era uma opção duradoura, então fui para o único caminho possível: me tornei árbitro”, disse.

“Tenho 41 anos, 23 deles dedicados ao apito. Até hoje, nunca havia sido eu de verdade. Os gays costumam não ser eles mesmos. Limitando nossas atitudes para não desapontar a expectativa do mundo hétero. Passei minha vida sacrificando o que sou para me proteger da violência física e emocional da homofobia. E fui parar em um dos espaços mais hostis para um homossexual. Era por saber disso que eu odiava o futebol”, completou.

Igor disse que escondeu a homossexualidade por muito tempo por causa da igreja que frequentava.

“Por um tempo, acreditei que havia algo de muito errado comigo, porque, apesar de respeitar a igreja, essa doutrina falhava miseravelmente com o que eu sentia”, disse.