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25 November 2024
Foto: Divulgação/Secom | Por: Varela Net

Aluno que ateou fogo em escola golpeou coordenadora após ter sido suspenso

Com uma faca, estudante atingiu pescoço de coordenadora na manhã desta terça-feira (27), dentro Escola Municipal Yeda Barradas Carneiro, em Morro do Chapéu, na Chapada Diamantina

O adolescente de 13 anos que ateou fogo na Escola Municipal Yeda Barradas Carneiro, onde estuda, na cidade de Morro do Chapéu, na Chapada Diamantina, conseguiu golpear o pescoço da coordenadora da instituição com uma faca após ser suspenso.

A Polícia Civil não confirmou que essa teria sido a motivação para o ataque do jovem, mas, conforme uma aluna que testemunhou o caso, o adolescente havia sido suspenso das atividades escolares pela coordenadora, por “filar muitas aulas”. Para invadir a escola, ele purou o muro.

No banheiro da instituição, ele vestiu uma roupa preta e retirou da mochila uma bomba caseira do tipo coquetel molotov, além de estar armado com uma faca. Depois, ele explodiu o artefato, na tentativa de colocar fogo na  escola.

Ninguém foi atingido pela explosão, contudo, ele conseguiu golpear a coordenadora com a faca. O nome e o estado de saúde da funcionária não foram divulgados. Conforme a Polícia Civil, ela será submetida a exame de corpo de delito. Já a Prefeitura de Morro do Chapéu afirma que o jovem entrou em surto.

A Polícia informou que ele foi indiciado por atos infracionais análogos aos crimes de ato terrorista, incêndio e lesão corporal. Além disso, a Delegacia Territorial da cidade solicitou à Justiça a internação do estudante de 13 anos, que está à disposição da Promotoria da Infância e da Juventude do Ministério Público.

Segundo ataque em dois dias

Este foi o segundo caso de ataque a uma escola na Bahia realizado por jovem aluno. Na segunda (26), um estudante de 14 anos invadiu o Colégio Municipal Eurides Sant’Anna, que é de gestão compartilhada com a Polícia Militar, em Barreiras, no Oeste da Bahia, e efetuou disparos. Em meio ao desespero, vários alunos conseguiram fugir correndo, mas a cadeirante Geane da Silva Brito, de 19 anos, acabou sendo atingida e não resistiu aos ferimentos. O jovem responsável pelo caso foi baleado por uma pessoa não idenficada. Ele passou por cirurgia e estava em estado considerado grave, até terça.

Segundo o delegado Rivaldo Luz, responsável pelo caso, a arma usada pelo jovem é do pai dele, um subtenente aposentado do Distrito Federal. e falhou durante os disparos. Além disso, o adolescente não iniciou o ataque de forma rápida, o que permitiu que os alunos corressem mais livremente.

O pai já prestou depoimento e contou que guardava a arma em casa, mas não sabe como o filho conseguiu ter acesso. Ele também alegou que apesar de um comportamento relativamente antissocial, o filho não tinha problemas e não sabe o que teria motivado o ataque.

Segundo a investigação, o estudante de 14 anos já planejava o atentado há algum tempo. Nas redes sociais, ele falava que estava há três anos se preparando.

“Ele é um aluno introspectivo, que conversava pouco, gostava de usar roupas pretas e fazer comentários racistas nas suas escritas. Entendemos que ele programou isso, chegou às 5h, se preparou para entrar no colégio, já entrou atirando. Ele não tinha um alvo fixo, tentou acertar o maior número de pessoas possíveis. Infelizmente, a vítima era deficiente física, cadeirante, então não teve condição de reagir”, detalhou Rivaldo Luz.

Agora, a polícia investiga se o ataque na escola de Barreiras tem relação com outros casos. Nas redes sociais, o atirador fala de um crime similar que foi frustrado em Vitória (ES). O delegado Rivaldo revelou que contato com autoridades de outros estados, porque há indícios de relação com outras situações do tipo.