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24 November 2024

“A prefeitura não deve absolutamente nada”, diz secretário de Mobilidade sobre paralisação de motoristas

Pelo menos duas garagens amanhecem de portas fechadas, nesta terça-feira (11), em protesto contra o pagamento das verbas indenizatórias dos trabalhadores da extinta Concessionária Salvador Norte (CSN), onde cerca de 800 rodoviários ainda não receberam os recursos devidos. O secretário de Mobilidade de Salvador (Semob), Fabrizzio Muller, disse que “a prefeitura não deve absolutamente nada” e que a paralisação é injusta, pois afeta pais e mães de família que nada têm a ver com a situação da empresa falida.

 

“Essa é uma situação em que a prefeitura vem buscando intermediar desde o início. Porém, a prefeitura não deve absolutamente nada para os funcionários da CSN, mas vem buscando entendimento entre as partes, entre sindicato, entre empresa e instituições financeiras. Esse é um processo lento, que envolve burocracias e, por parte da prefeitura, tudo que pode ser feito para agilizar essa parte burocrática foi feita”, declarou o secretário em entrevista ao editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, no programa Nova Manhã da rádio Nova Brasil FM.

 

Segundo Fabrizzio Muller, cerca de 30% da frota do transporte público de Salvador, o equivalente a 420 coletivos, ficou retida nas garagens tidas como as maiores da capital baiana, ambas localizadas no bairro de Pirajá.

 

A fim de amenizar os impactos da ação na rotina da cidade, bem no horário de pico, agentes da Semob fizeram o remanejamento de 1.400 ônibus para e o acionamento do Subsistema de Transporte Especial Complementar (Stec) – os famosos ‘amarelinhos’ – para atender as rotas afetadas pela paralisação.

 

De acordo com Muller, a situação de falência da CSN é um reflexo da pandemia. “A pandemia trouxe algumas mostras de realidade não só para Salvador, mas para todas as cidades que operam transporte público no Brasil. O modelo de contratos, com a dependência somente da arrecadação tarifária dos usuários, precisa ser revisto porque está esgotado”, pontuou o secretário.

 

Durante os dois anos de Covid-19 no país, onde vários estados aplicaram decretos de suspensão de atividades econômicas e com a baixa circulação de pessoas nas ruas, não houve arrecadação das tarifas do transporte público.

 

No caso da CSN, que já enfrentava problemas financeiros desde antes, a crise sanitária só agravou a realidade da concessionária. “A pandemia trouxe esse choque de realidade, e hoje estamos buscando novas fontes orçamentárias. É preciso ter participação dos governos estadual e federal com isenção de tributos e financiamento de subsídios”, pontuou Muller.

Fonte: Muito Informação