Rixa entre facções teria motivado a morte de jovens no Rio Vermelho
O ataque a tiros que vitimou dois jovens na madrugada do último domingo (23), na Rua da Paciência, um dos trechos mais movimentados da noite soteropolitana, no boêmio Bairro do Rio Vermelho, teria sido motivado por rixa entre facções criminosas.
Elber Santos da Conceição, de 21 anos, e Gabriel Santos Cruz, de 19 anos, havia saído de casa para se divertir em um bar recém-inaugurado por um influenciador digital da Bahia, quando foram surpreendidos, na calçada do estabelecimento, com a chegada de um grupo de homens armados que desembarcaram de dois carros e efetuaram dezenas de disparos à queima-roupa. Uma mulher, que supostamente estava curtindo a noite com os jovens, foi atingida por disparos, socorrida e passa bem.
No momento do crime, a calçada do bar estava bastante movimentada de clientes baianos e turistas que correram para dentro do estabelecimento e outros para o lado oposto onde estava sendo deflagrado os tiros. Manchas de sangue seco das vítimas ainda estão espalhadas na calçada e denunciam que foi derramado muito sangue no local.
Familiares dos jovens acreditam que os autores do crime fazem parte de uma facção criminosa que domina o Engenho Velho de Brotas e a região do Rio Vermelho. Eles suspeitam que Elber e Gabriel foram mortos por morarem no Vale da Muriçoca, na região conhecida como Forno, dominada por outra facção criminosa.
O subcomandante da 12ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/Rio Vermelho), capitão Welber Andrade, revelou que há suspeita que os jovens foram executados por causa de um desafeto no passado. “Aqui no Rio Vermelho não temos esse tipo de ocorrência. Acreditamos no que parece ter sido um crime de execução, baseado em alguma rixa do passado entre as vítimas e os executores”, declarou para a imprensa. Em nota, a Polícia Civil da Bahia informou que a autoria e motivação do crime ainda estão sendo apuradas pela 1ª DH/Atlântico.
Um pescador antigo do Rio Vermelho, que não quis se identificar, contou que uma guarnição da polícia estava próxima ao local do crime, mas não foi suficiente para impedir a ação dos bandidos. “Pesco há mais de 40 anos aqui e nunca presenciei um crime desse. Foi tudo muito rápido, em frações de segundos. Os caras desceram do carro e foram em direção aos meninos. Eles sabiam quem eles queriam e não se intimidaram com a presença dos policias”, declarou. O relato do pescador foi confirmado pelo capitão Welber Sales, que informou à imprensa que os militares atendiam outra ocorrência no momento do crime.
Comerciantes e funcionários de bares próximos ao local onde aconteceu o crime, preferiram não comentar sobre o caso com medo de represália. O corpo de Gabriel Santos foi enterrado no dia do crime e o corpo de Elber Conceição foi sepultado no dia de ontem (24), sob forte comoção e pedido de justiça no cemitério Campo Santo.
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