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10 November 2024

Sonho do hexa adiado: Brasil perde no pênaltis para a Croácia e está eliminado da Copa do Mundo

Já na prorrogação, Neymar marcou para a Seleção, mas os croatas empataram com Petkovic, mantendo tabu que já dura desde o penta, em 2002

Por Estadão Conteúdo

Foto: Rodolfo Buhrer/AE

O tabu que existe desde o pentacampeonato mundial em 2002 foi mantido e, mais uma vez, o sonho do hexa foi adiado. Sem criatividade e enfrentando um time técnico e resiliente durante mais de 120 minutos, a Seleção Brasileira ficou no empate e foi eliminada da Copa do Mundo do Catar 2022, após perder para a Croácia na disputa de pênaltis.

No tempo regulamentar de 90 minutos, o jogo acabou em 0x0. Já na prorrogação, Neymar abriu o placar com um golaço, mas os croatas empataram com Petkovic, em um contra-ataque fulminante.

Nas penalidades, os atuais vice-campeões do mundo venceram por 4 a 2. Na primeira cobrança, Rodrygo parou no goleiro Livakovic. A Croácia seguiu sem perder nenhum pênalti. Na quarta corbrança, Marquinhos acertou a trave e mandou o Brasil para casa.

A derrota representou a continuidade de um jejum que já dura desde a Copa de 2002: o Brasil não consegue passar por adversários europeus nas quartas de final do Mundial. A Seleção caiu para a Holanda em 2006, para a França em 2010 e para a Bélgica em 2018 – em 2014, perdeu na semifinal para a Alemanha, no fatídico 7×1, no Minerão.

 

 

 

Brasil sem espaço nem inspiração

 

A partida foi bastante disputada, com a Croácia dando poucos espaços para o Brasil e conseguindo sair na criação de jogadas, sobretudo pelo lado direito com Juranovic ou com Modric recuando para armar. O Brasil encontrou poucos espaços e parou no goleiro Livakovic ao longo dos 90 minutos.

 

Mas, apesar do tabu, havia um clima de confiança maior. A vitória sem sobressaltados nas oitavas de final, Neymar inteiramente à disposição e um adversário que, sabia-se, era bom, mas não espetacular, dava à Seleção a certeza de que a classificação só não viria se algo desse muito errado ao longo dos 90 minutos.

 

O que poucos esperavam era que a Croácia jogaria como o Brasil. Durante os primeiros 46 minutos de jogo, a equipe liderada por Modric atuou fazendo pressão no campo de ataque, dificultando a saída de bola da Seleção e anulando toda e qualquer tentativa de armação do time brasileiro.

 

Acostumados a trocar passes na região do círculo central, dessa vez os zagueiros Thiago Silva e Marquinhos tiveram de fazer isso logo à frente da área. Casemiro apenas conseguia rodar a bola. Militão não conseguia sair da defesa e volta e meia tinha que ir para o combate com Perisic, livre às suas costas.

 

Na criação, o Brasil foi um latifúndio improdutivo no primeiro tempo. Paquetá parecia mais um pivô, porque recebia a bola sempre de costas para o ataque e não conseguia fazer nada a não ser se livrar dela. Neymar estava sempre em meio a três marcadores e nem a tentativa de troca de posição com Vinícius Junior na esquerda deu resultado. Na ponta direita, Raphinha não acertava nada.

 

As melhores chances do Brasil acabaram vindo mesmo naquilo que a Croácia não conseguia imitar: drible e talento. Vini Jr. chegou assim para finalizar aos 4 e aos 20 minutos. Neymar teve uma boa oportunidade da mesma forma logo na sequência. Nos três casos, porém, os arremates foram de fácil defesa para o goleiro Livakovic.

 

O panorama mudou muito pouco no segundo tempo. Tite voltou com a mesma formação e o time, com os mesmos problemas. Raphinha, aos 5, deixou o campo para a entrada de Antony. Vinícius Junior sairia pouco depois, substituído por Rodrygo.

 

A dupla deu novo gás ao ataque. Antony tentava achar espaços pela direita à base de dribles – não tinha um único companheiro mais próximo para tabelar -, enquanto Rodrygo potencializou Neymar, até então apagado. Só que não havia uma única finalização decente a gol.

 

Como última cartada, Tite colocou Pedro no comando de ataque no lugar de Richarlison, que apareceu pouco na partida. Mas, àquela altura, o jogo já se encaminhava para mais 30 minutos de uma dura prorrogação.

 

 

 

Sonho dura pouco

 

Na prorrogação, brilhou a genialidade do craque do time: Neymar tabelou duas vezes, invadiu a área, driblou o goleiro e marcou o gol do 1 a 0 no fim do primeiro tempo da prorrogação.

 

Mas s Croácia seguiu lutando e empatou perto do fim da segunda etapa da prorrogação, com um contra-ataque fulminante que pegou a defesa brasileira escancarada pela primeira vez no Mundial. Petkovic finalizou o cruzamento de Orsic, a bola desviou no joelho de Marquinhos e matou Alisson.

 

Com o resultado, a Croácia avançou para a semifinal da Copa do Mundo do Catar e terá pela frente o vencedor entre Argentina e Holanda, que se enfrentam nesta sexta-feira (9), às 16h. Os croatas voltam a campo na próxima terça-feira (13), às 16h.