Caso Sara Mariano: Ministério Público indica que guarda da filha do casal siga com família paterna
O Ministério Público da Bahia (MP-BA) sugeriu para Justiça que a guarda da filha da cantora gospel Sara Mariano, morta pelo marido, Ederlan Mariano, que também é pai da criança, siga com a família paterna. A informação foi obtida pelo BNews, nesta quarta-feira (6). Além disso, o MP se posicionou a favor do indeferimento de novo pedido de busca e apreensão formulado pela família de Sara.
A audiência que analisou a definição da guarda da filha da cantora ocorreu no último dia 29. A decisão deve ser publicada em breve. Enquanto isso, a menina segue com a família de Ederlan, preso sob a suspeita de mandar matar a esposa.
A menina foi ouvida pela primeira vez em uma sala reservada, no Fórum das Famílias, em Nazaré, bairro de Salvador. Além dela, outras duas testemunhas e uma declarante prestaram depoimentos.
A audiência foi marcada após a mãe de Sara, Dolores Correia, solicitar à justiça a guarda da neta.
Próximos passos
No dia da audiência, em entrevista ao BNews, o advogado de defesa de Ederlan, Otto Lopes, afirmou que o caso segue sob segredo de Justiça e que vão acontecer novas audiências para decidir o processo. Com isso, a guarda, por enquanto, fica com os avós paternos da menina de 11 anos. “É o desejo da criança, verbalizado desde as cartas que ela escreveu e em audiência”, disse.
No mesmo dia, a advogada da família da cantora, Joeline Araújo, também conversou com a reportagem e reforçou que o próximo passo é aguardar que o juiz conceda uma guarda provisória e unilateral para a família materna da criança.
“O processo deve seguir para uma outra audiência de instrução, já que essa foi preliminar, para colher o depoimento especial da menor, e a oitiva das testemunhas, uma audiência de justificação prévia para justificar nosso pedido de guarda provisória. O processo segue normal até que seja concedida a guarda definitiva mais para frente”, explicou.
Contestando a versão do advogado Otto Lopes, que disse que o desejo da menina é de ficar com a família paterna, a advogada da família de Sara garantiu que ainda é muito cedo para saber o que a menor quer.
“Existem nuances que são observadas pelo juiz. A gente fala de uma criança de 11 anos de idade, que durante muito tempo ficou na convivência exclusiva da família paterna, ficou durante muito tempo sem ter acesso a notícias, nem sequer soube que seu pai havia cometido feminicídio. Falo isso com base no inquérito policial, onde consta que ele foi um réu confesso, então eu acredito que essa criança ainda esteja processando as informações e é precipitado afirmar que ela manifestou interesse em ficar com a família paterna”, finalizou Joeline Araújo.