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28 November 2024

Obras de transposição do rio São Francisco serão concluídas em 2015, prevê ministro



"Meta é avançar em média 2% ao mês", afirmou Francisco Teixeira

O ministro da Integração, Francisco Teixeira, disse nesta quarta-feira (12) que 75% das obras do Projeto de Integração do rio São Francisco serão concluídos até dezembro. Segundo o governo, 55,5% do total previsto já estão concluídos. O balanço das obras de transposição do rio São Francisco foi apresentado em audiência pública da Comissão de Desenvolvimento Regional e Turismo (CDR), que promove ciclo de debates sobre o tema.

O ministério prevê a entrega de 100 quilômetros de canais em cada eixo em dezembro de 2014. A expectativa é de que todas as obras, que integram o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), sejam concluídas até dezembro de 2015.

— A meta é avançar em média 2% ao mês para que possamos chegar com 75% dessas obras concluídas até o final deste ano e  ficar os 25% [restantes] para o ano seguinte – disse.

Estão em construção canais, aquedutos e barragens naquela que vem sem classificada pelo governo de “maior obra de infraestrutura hídrica do país”. O objetivo principal é garantir água para 12 milhões de pessoas em 390 municípios de Ceará, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte.

Orçado em cerca de R$ 8 bilhões, o projeto contempla 477 quilômetros de canais (mais do que a distância entre Rio de Janeiro e São Paulo), formando os eixos Norte, que vai de Cabrobó (PE) a Cajazeiras (PB), e Leste, com início em Floresta (PE) e término em Monteiro (PB) que conduzirão a água no semiárido nordestino.

Atualmente, as obras, que incluem a recuperação de 23 açudes, construção de 27 reservatórios, além de nove estações de bombeamento, 14 aquedutos e quatro túneis exclusivos para a passagem de água, empregam mais de 9.200 trabalhadores, segundo o ministro.

Revitalização

O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) elogiou o projeto, que contempla ainda 38 ações socioambientais, como o resgate de bens arqueológicos e o monitoramento da fauna e da flora regionais. José Pimentel (PT-CE) e Humberto Costa (PT-PE) avaliaram como positiva a expectativa de entrega de 100 quilômetros de canais em cada eixo em dezembro de 2014.

— Vejo com animação o fato de que essas duas primeiras metas, tanto do Eixo Norte, quanto do Eixo Leste, poderão talvez ter o seu cronograma de preenchimento com a água e atendimento aos municípios antecipada – assinalou Humberto.

Atrasos

Mas nem todos os senadores estão otimistas com os prazos assumidos pelo governo. Eduardo Amorim (PSC-SE) e Cícero Lucena (PSDB-PB), por exemplo, lamentaram os sucessivos atrasos nas obras. Quando foram iniciadas em 2007, previa-se que a transposição do rio São Francisco seria concluída em 2012.  Eles também avaliaram que o novo cronograma não será cumprido se for mantido o atual ritmo das obras.

— Em dezembro, [a obra] tinha 52% e em março temos 55%. Isso corresponde a um acréscimo de 3% em três meses. Fico animado com a afirmativa do ministro de que vai tentar atingir 2% [de execução ao mês]. Mas, para mim, esse cronograma não será cumprido da forma como estão afirmando — afirmou o parlamentar paraibano.

Sobre os atrasos, o ministro avaliou que a demora na obra ocorreu devido às novas licitações necessárias após algumas companhias abandonarem trechos. Segundo ele, com a conclusão de trechos das obras a água deve ser liberada para a população antes mesmo da conclusão da transposição.

— O ano de 2012 foi um ano difícil, e uma parte de 2011 também, no sentido de reverter o processo, concluir alguns detalhes de projeto, preparar novos editais, negociar com empresas, relicitar. E já entramos em processo de remobilização praticamente no nível que estava lá atrás — apontou Teixeira.

Para o presidente do colegiado, senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), ficou evidente na exposição de Teixeira que o ministério tem se esforçado para dar celeridade ao processo.

— Realmente é um projeto complexo e há um controle rígido dos órgãos ambientais na execução das obras – assinalou Valadares.

Próxima audiência

A segunda audiência pública do ciclo, com data ainda a ser definida, deverá contar com a presença do diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicente Andreu Guillo. Requerimento com esse objetivo foi aprovado nesta quarta-feira