Obras de reforma da Feira do Couro, na Barroquinha, começam amanhã
"Ninguém está gostando. Passamos de barraqueiros a camelôs”, disse comerciante. Cerca de 20 barracas foram desmontadas
Cerca de 20 barracas foram desmontadas, ontem, da Ladeira da Barroquinha, onde funciona a Feira do Couro. Durante a desocupação, realizada por 18 agentes da prefeitura, algumas estruturas em alvenaria foram demolidas. A mudança faz parte do ordenamento promovido pela Secretaria de Ordem Pública (Semop).
De acordo com o coordenador de licenciamento e fiscalização, Brás Pires, os vendedores começaram as ser transferidos para a Praça Castro Alves — onde trabalham com estruturas provisórias — desde o último sábado. Eles devem permanecer ali por cerca de 90 dias, a partir do início das obras, previsto para amanhã.
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Equipe da prefeitura retira estruturas da Feira do Couro, na Ladeira da Barroquinha, para início da revitalização |
“A reforma só vai começar quando conseguirmos limpar todo o local”, afirma Pires. A mudança, entretanto, não foi bem recebida por alguns barraqueiros, que alegam que o tamanho das barracas concedidas pela Semop não comporta uma quantidade suficiente de mercadorias, e os produtos ficam expostos à ação da natureza.
Ainda segundo os comerciantes, a diária para remover o artesanato e as barracas chega a custar R$ 50, além da taxa de cerca de R$ 250 por mês para armazenar as mercadorias em um depósito. “A gente sobe com pouca coisa. O cliente pede o produto, quando vamos buscá-lo, ele vai embora”, disse Ademário Santos, 27 anos.
“Chegando São João, como vamos vender couro para as quadrilhas? O que a gente vende aqui não dá nem para cobrir as despesas”, reclamou Damião Pereira, 65. Para Edmundo Pereira, 61, a mudança atrapalha o negócio. “Ninguém está gostando. Passamos de barraqueiros a camelôs”, disse.