Enem: uso do exame por universidades muda planejamento nas escolas
Equipe de professores e coordenação montou um grupo de estudo para entender como são elaboradas as questões
Na rede particular, o uso do Enem como porta de entrada também para universidades federais mudou o planejamento de aulas, principalmente para turmas do 3º ano. “Se antes a gente tinha preparação específica para resolver as questões (do vestibular) da Ufba, hoje o treinamento de habilidades é diferente. Você tem uma prova, a partir de 2009, que exige conhecimentos gerais, aplicações. Não é mais um decoreba. O estudante precisa saber o que acontece no mundo em todas as áreas”, disse a coordenadora de vestibular e do 3º ano do Colégio Oficina, Márcia Khalid.
Na escola, a equipe de professores e coordenação montou um grupo de estudo para entender como são elaboradas as questões e, assim, aplicar o resultado com as turmas. “Nós conseguimos, hoje, ter um conhecimento sobre o Enem, sobre elaboração de questões, o que tem feito a diferença”, explicou Khalid.
Em escolas públicas, o trabalho também mudou. A diretora da Escola Estadual Senhor do Bonfim, Andreia Sarraf, contou que o sábado letivo tem sido dedicado a trabalhar assuntos cobrados no Enem. “Aos sábados, temos aulões e também simulados com características do Enem, com o mesmo número de questões, tempo de execução”, disse a diretora.
Guerra ao smartphone: candidatos serão revistados
Este ano, pela primeira vez desde que começou a ser aplicado, em 1998, o Enem terá revista com detector de metais. Os estudantes que chegarem para fazer a prova serão revistados com detectores portáteis a qualquer momento da avaliação, e não apenas na entrada. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a revista poderá ser feita sempre que o fiscal entender que for necessário.
Conforme o edital, os candidatos não podem se recusar indiscriminadamente a passar pelo detector. A medida é mais uma forma de garantir que os candidatos não usarão equipamentos eletrônicos, como smartphones, celulares, calculadoras e tablets. Em coletiva, o diretor de Planejamento do Inep, Dênis Menezes da Silva, disse que a adoção dos detectores não implica em um gasto adicional para a realização da prova, já que as aplicadoras já dispõem dos equipamentos.
Em 2013, 36 candidatos foram eliminados do Enem por conta do uso de celular durante a prova. Muitos deles postaram fotos do exame nas redes sociais. Em 2012, foram 65 os eliminados. No ano passado, o Ministério da Educação (MEC) montou uma equipe para monitorar redes sociais, como Twitter e Facebook. Na ocasião, o então ministro Aloizio Mercadante disse que os monitores conseguiram identificar até mesmo aqueles que usam pseudônimos.