Feirão da Caixa vai reduzir oferta de imóveis
A 11ª edição da feira em Salvador, que ocorrerá no Parque de Exposições entre os dias 12 e 14, terá um formato menor do que o do ano passado, com 5,1 mil imóveis novos em estoque para Salvador e região metropolitana
Foto: Reprodução
Mesmo em um cenário desfavorável para a economia, onde a incerteza faz os consumidores brasileiros segurarem seus investimentos, o Feirão da Caixa Própria, principal evento nacional voltado para a aquisição de imóveis continua apostando no sonho da casa própria como combustível de venda.
Em Salvador, contudo, a 11ª edição da feira, que ocorrerá no Parque de Exposições entre os dias 12 e 14, terá um formato menor do que o do ano passado, com 5,1 mil imóveis novos em estoque para Salvador e região metropolitana – 70% a menos do que foi colocado à disposição aos clientes em 2014.
Outro fator que chama a atenção é a oferta de imóveis usados – com 7 mil unidades –, que, este ano, é maior do que os lançamentos. Um fato atípico em mais de dez anos no Feirão.
Apesar da redução de ofertas para imóveis novos, a estimativa do superintendente da Caixa Econômica Federal, Juscelino Campelo de Siqueira, é que haja um movimento de negócios que gire em torno dos R$ 500 milhões – número que supera os valores de 2014, quando o montante registrado foi de R$ 470 milhões.
A expectativa do banco é que o volume de negócios compense o baixo número de unidades habitacionais ofertadas. “A redução vem nos imóveis de menor valor, que, em Salvador tem tido menor número de lançamentos por questões como limitações de terrenos novos”, avaliou o superintendente.
Os imóveis novos estão sendo vendidos com valor mínimo de R$ 111 mil, enquanto que as unidades mais caras estão na faixa de R$ 1,2 milhão. O foco da Caixa este ano será o financiamento de habitação popular do programa “Minha Casa, Minha Vida” e das demais operações com recursos do FGTS.
Com estes recursos, o banco financiará imóveis de até R$ 170 mil para os que estão localizados em Salvador, e em até R$ 145 mil para as cidades da região metropolitana. Para unidades compradas com recursos do FGTS é preciso ter renda de até R$ 5 mil. Nessa situação, o banco financia 90% do valor total do imóvel.
Já para unidades compradas pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo, o percentual é 80% para imóvel novo. No caso das unidades compradas com recurso do FGTS, a Caixa financiará 90% do total da unidade.
MOMENTO DE INVESTIR
Apesar de uma conjuntura econômica desfavorável, o presidente da Associação de Dirigentes de Empresas Imobiliárias do Estado da Bahia (Ademi-BA), Luciano Muricy, também compartilha da visão otimista de que o volume de negócios possa compensar as poucas ofertas, e que o crédito imobiliário mais barato pode ser um ferramenta positiva para o evento.
Muricy ainda destacou que o feirão é uma importante data para o setor, principalmente para as unidades do Minha Casa, Minha Vida . “É um segmento muito forte e com demanda muito grande. Como a maioria dos imóveis desse ano será nesse perfil, acredito que será muito positivo o feirão”, salienta.
Enquanto isso, o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis da Bahia (Creci/BA), Samuel Prado, explica que há três fatores que podem agir contra o Feirão, que são um poder aquisitivo mais baixo da população, o aumento da taxa de juros, e o valor de financiamento que diminuiu.
Apesar disso, ele destaca que este é o melhor momento de se investir e comprar, devido à facilidade de negociar os imóveis. Prado ainda chamou a atenção para a estabilidade dos preços das unidades habitacionais, e que este é um fator positivo para o consumidor que, mesmo em momentos de instabilidade econômica, ainda não desistiu do sonho da casa própria.
Por: Matheus Fortes / Tribuna da Bahia