Grupos de samba junino prometem protesto contra Fan Fest em Salvador
Grupos culturais buscam recursos de R$ 52 mil para projeto de samba junino em Salvador
Enquanto a prefeitura de Salvador concentra esforços para realizar o evento Fan Fest, uma espécie de carnaval fora de época para receber os turistas da Copa do Mundo, grupos culturais de samba junino de diferentes bairros da cidade não conseguem recursos para realizar projetos. De acordo com informações de membros de comunidades da capital, o valor de R$ 3 milhões investido para realizar a Fan Fest é muito superior aos R$ 52 mil solicitado para 10 grupos de samba junino por em prática a tradição cultura que já revelou nomes como cantores Tatau, Ninha e Carlinhos Brown. Os envolvidos no projeto cultura prometem uma manifestação para esta quinta-feira (5) em frente à Secretaria Municipal de Turismo (Saltur) para pedir a liberação do recurso pela prefeitura. O projeto está em tramitação na Saltur desde abril desde ano, mas essa mesma solicitação já foi feita ano passado e, segundo os representantes dos grupos, a prefeitura não deu uma resposta. “Enquanto a prefeitura investe R$ 3 milhões em evento para gringo ver o secretário da Saltur nem um não envia para a gente. Mostrando falta de respeito aos grupos tradicionais de samba junino. Quando nós pensamos em grupos como Terra Samba, Gera Samba, são todos frutos do samba junino. Ninha, Tatau e Carlinhos Brown, por exemplo, foram vocalistas desses grupos de bairros”, pontua presidente da Rede de Cultura Popular em Salvador, Osvaldo Guimarães da Silva, mas conhecido como Lobo Mal. Ainda de acordo com o presidente da Rede de Cultura, a Fundação Gregório de Matos poderia ajudar no projeto, “e o presidente Fernando Guerreiro, em primeiro momento, disse que ajudaria. Entretanto, voltou atrás e disse que não daria para apoiar, pois teria outros projetos da fundação como prioridade para tocar”. Federação, Engenho Velho de Brotas, Altos das Pombas, Cosme de Farias, Cidade Nova, Uruguai, Calçada, Caixa D’Água, Engomadeira, Beiru e Campinas de Pirajá são bairros que correm o risco de terem seus projetos culturais de samba junino esquecidos pela atual gestão. “A prefeitura de Salvador está deixando de impulsionar culturas tradicionais da cidade para apoiar a indústria cultural com festa para gringo durante a Copa do Mundo. Isso é inadmissível, a cultura dos bairros não pode submergir aos interesses financeiros de determinadas setores da sociedade”, completa Lobo Mal.