Para promotor, morte de adolescente acusado de estupro coletivo é falha do Estado
O promotor responsável pelo caso de estupro coletivo no Piauí, Cesário Cavalcante Neto, afirmou que um dos adolescentes acusados de participação no ato morreu por falha do centro de internação estadual. O jovem cumpria medida socioeducativa e foi espancado até a morte pelos outros jovens, também acusados, na última sexta-feira (17). “É uma falha terrível, todo mundo sabia de ameaças contra a vítima”, disse o promotor, segundo o R7. Os quatro jovens estavam no mesmo quarto do Centro Educacional Masculino (CEM) de Teresina e, após uma briga, a vítima foi espancada até a morte. Os adolescentes teriam iniciado a agressão como forma de vingança, já que teriam sido “dedurados” pela vítima. O diretor da unidade de atendimento socioeducativa da Secretaria da Assistência Social e Cidadania (Sasc), Aderlly Lopes, confirmou que os adolescentes disseram que o crime foi motivado por vingança. “Essa delação [da vítima] existiu no início do processo e ficou claro que os quatro tiveram participação no crime”, declarou. Antes de irem para o CEM, os meninos estavam no Centro Educacional de Internação Provisória (Ceip) e, conforme garante o promotor, a vítima estava em uma cela separada dos demais acusados. Ao serem transferidos, a instituição não comunicou ao juiz um relato oficial de que o jovem sofria ameaças. “Para mim custa muito assimilar essa história. Eles entregaram o ouro”, lamentou Cavalcante. O promotor do caso informou que os menores infratores do CEM não querem os adolescentes acusados de estupro coletivo de volta ao centro. A ameaça é que, caso voltem, irão matá-los. Por determinação judicial, os adolescentes estão no Fórum da 2ª Vara, em Teresina.