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25 November 2024

Rio dos Macacos: Família acusa militares de agressão à jovem; Marinha vai apurar

O Comando do 2º Distrito Naval informou em nota que a Base Naval de Aratu instaurou um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar a denúncia de que um adolescente de 17 anos da comunidade Quilombo Rio dos Macacos, seu pai e um tio foram agredidos por três soldados, um sargento e um sub-oficial da Marinha neste domingo (2), por volta das 20h. A família do rapaz relatou que eles caminhavam até a comunidade quando foram abordados pela guarnição, perguntando se o jovem tinha paquerado uma adolescente moradora da Vila Naval. Ainda de acordo com os familiares, sem esperar a resposta, a equipe iniciou a agressão, com chutes, socos, pauladas. Segundo o relato, eles arrastaram o rapaz na estrada. “O tio apanhou quando um deles amarrou ele [pelas mãos] e deixaram na rua, para o cabo passar a viatura por cima. Ele foi intervir e foi agredido também”, diz um dos parentes do jovem, que acrescentou que o adolescente foi levado pela polícia para o Hospital do Subúrbio

“Ele estava todo sujo de sangue, abriram a cabeça dele [com as agressões], ele teve que fazer curativo. Deram um banho nele e jogaram a camisa fora, cheia de sangue. Era para ele ter ido à delegacia como ele estava”, diz o familiar. O jovem foi encaminhado à 6ª Delegacia Territorial (6ª DT/Brotas). A garota apontada como motivo do conflito foi chamada à unidade para depor. “Perguntaram a ela o que ele fez, ela disse que ele deu em cima. ‘Deu em cima como’? Ela não soube responder”, afirma o parente do jovem. Nesta segunda-feira (3) o jovem, seu pai e seu tio fizeram exame de corpo de delito e formalizaram uma representação no Ministério Público do Estado (MP-BA). No comunicado, a Marinha afirma que segundo as informações colhidas inicialmente, “o conflito foi iniciado após integrantes da Comunidade Rio dos Macacos, aparentemente embriagados, assediarem uma adolescente residente na Vila Naval, o que teria motivado o desentendimento e posterior confronto com alguns moradores do local, que, entretanto, negaram qualquer agressão aos envolvidos”. Ainda segundo a Marinha, “apesar do comportamento hostil dos integrantes da aludida comunidade, que inclusive danificaram uma das cancelas de acesso à VNB, o incidente não envolveu os militares de serviço”. O comunicado ainda informa que “a família da adolescente ofendida prestou queixa formal na Delegacia de Polícia da área, a fim de que o fato também seja apurado nas esferas civil e criminal”, mas que o Inquérito Policial Militar (IPM) vai apurar as responsabilidades de todos os envolvidos no acontecimento.