Preço dos imóveis já acumula queda real de 4,94% em 2015 no país
O preço médio dos imóveis já acumula queda real (descontando a inflação) de 4,94% este ano, segundo estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) de julho, realizado com base em anúncios do portal Zap Imóveis. Entre janeiro e julho deste ano, o índice FipeZap, que acompanha o valor de venda de imóveis em 20 cidades brasileiras, registrou alta de 1,51% nos preços, enquanto a inflação, medida pelo IPCA, do IBGE, acumulou 6,79% no mesmo período. No Rio, em julho, os imóveis ficaram mais baratos pelo segundo mês seguido.
Apenas em Florianópolis foram registrados aumentos acima da inflação: 9,24%. Nos sete primeiros meses de 2015, Brasília, Curitiba e Niterói tiveram queda nominal de 0,7%, 0,8% e 2,4%, respectivamente, ou seja, os imóveis ficaram mais baratos.
No mês passado, a alta foi de 0,13% frente a junho, inferior à inflação de 0,58% do mês, com base nas projeções de economistas compiladas pelo Boletim Focus, do Banco Central. Isso configura nova queda real pela nona vez na comparação mensal. Cinco das 20 cidades analisadas pelo índice apresentaram queda nominal: Rio de Janeiro (0,11%), Belo Horizonte (0,14%), Niterói (0,12%), Curitiba (0,14%) e Vila Velha (0,5%).
Em junho, os preços haviam ficado estáveis no Rio. E, em maio, o município teve queda nominal de 0,11% no preço médio.
Segundo Bruno Oliva, economista da Fipe, a tendência à desaceleração dos preços já vem sendo observada há algum tempo.
— É um movimento que se explica por perspectivas ruins da economia. Com o desaquecimento do mercado de trabalho, o desemprego começa a subir e a renda real começa a cair. As pessoas pensam duas ou três vezes antes de comprar um imóvel. Associado a isso, a taxa de juros está em um patamar elevado e os bancos estão resistentes a dar crédito imobiliário. Isso faz com que a demanda por imóveis desaqueça — explica Oliva.
O valor médio do metro quadro nas 20 cidades consultadas ficou em R$ 7.614 em julho. O mais alto continua sendo no Rio de Janeiro, R$ 10.631, seguido por São Paulo, R$ 8.602. Os dois municípios que tiveram os menores preços foram Goiânia (R$ 4.183) e Contagem (R$ 3.568).
— Apesar da queda nominal em julho, o nível de preço continua alto no Rio. Há muitos habitantes por metro quadrado e pouco espaço para o crescimento de novas unidades — avalia o economista.
No Rio, o valor do metro quadrado em julho no Leblon chegou a R$ 23.222, seguido de Ipanema, a R$ 20.457, Lagoa a R$ 18.673, Gávea a 18.081 e Jardim Botânico a R$ 17.134. Já os bairros com o metro quadrado mais barato no mês foram Cosmos (R$ 2.282), Senador Camará (R$ 2.859), Pavuna (R$ 2.641), Guadalupe (R$ 2.725) e Coelho Neto (R$ 2.768).
Em 12 meses terminados em julho, o preço dos imóveis subiu 4,03%, em média, a sétima vez consecutiva em que a variação foi menor do que a inflação, segundo o relatório da Fipe.
O Globo