Largo dos Mares abandonado lixo, praça usada como casa e até cavalo
Cavalo pastando na grama, caixotes empilhados, gradis utilizados como varais, monumentos depredados, lixo. Este é o atual cenário do Largo dos Mares, na Cidade Baixa, bem em frente à imponente igreja de Nossa Senhora dos Mares (única em estilo neogótico na capital).
A beleza arquitetônica do templo católico é inversamente proporcional ao atual estado da praça nesta que é uma antiga área industrial da cidade. Hoje, uma dezena de pessoas optou por se instalar no local devido à falta de uma moradia.
Quem vive, trabalha ou circula pela região torce para que o espaço pegue carona na onda de revitalizações que a prefeitura tem promovido pela cidade. É o caso da Barra e do Rio Vermelho, que tem obras em andamento.
“Essa é uma área onde há grande circulação de pessoas, com um comércio bem aquecido. Queremos que seja encontrada uma forma de trazer mais vida a esse ponto da Cidade Baixa”, reivindicou um comerciante local, que não quis ser identificado na reportagem.
Segundo informações da assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Manutenção (Seman), não há planos para tal revitalização. Conforme o órgão, que se comprometeu a vistoriar o local, a praça passou por três reformas nos últimos cinco anos, mas tem sido alvo de depredação.
Insegurança
Funcionária de uma empresa de telefonia na área, a atendente de telemarketing Luciana Ferreira, 27 anos, reclama que os assaltos são constantes no bairro. “Eu já fui vítima, assim como várias colegas. Eles (os ladrões) só querem os celulares. A gente nem dá queixa mais”, ressaltou.
Os arrombamentos a estabelecimentos comerciais também são recorrentes, segundo denúncias. Durante a madrugada, criminosos utilizam picaretas e marretas para invadir lojas. “Se a praça for revitalizada, por consequência, vai haver mais segurança”, opina outro comerciante, também sob anonimato.
Subcomandante da 16ª Companhia Independente de Polícia Militar (no Comércio), o capitão PM Danton Motta informou que são realizadas operações frequentes durante a madrugada, para tentar inibir a ação dos criminosos, inclusive os arrombamentos a estabelecimentos na área de cobertura da companhia.
O capitão respondeu que na última segunda-feira a companhia se reuniu com empresários e moradores da Cidade Baixa para encontrar formas de coibir ações criminosas. “Não temos tido registros de arrombamentos recentemente, mas fizemos algumas prisões na área”, informou Danton Motta.
A ação dos bandidos, prossegue ele, pode ser facilitada pela falta de investimento dos comerciantes em dispositivos de segurança. “Tem estabelecimentos, por exemplo, onde não há nem laje, e isso facilita para que os criminosos entrem pelos telhados”, avaliou