Câmara dos Vereadores sedia reunião sobre saúde com deputados federais
Na manhã de hoje (10) ocorreu a Reunião da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara Federal, no Plenário Cosme de Farias – Câmara de Vereadores de Salvador – onde foi discutido sobre a Anemia Falciforme, uma doença hereditária, caracterizada pela alteração dos glóbulos vermelhos do sangue, com avaliação das Políticas de Assistência Social e Saúde da População Negra em Salvador.
(Foto: Marcele Correia / Click Notícias)
Estavam presentes a deputada federal e presidente da subcomissão especial de Assistência Social e Saúde da População Negra, Benedita da Silva (PT); o deputado federal e relator da subcomissão, Antônio Brito (PTB); a vice-prefeita, Célia Sacramento, que parabenizou o deputado Antônio Brito e a deputada Benedita por estarem lutando juntos com a proposta de políticas públicas para combater e tratar doenças que acometem a população negra; alguns vereadores também estavam presentes; médicos que relataram a demanda de pacientes com a doença, a deficiência do sistema de saúde, o despreparo de alguns funcionários da saúde, em não saber todas as informações dessa doença; em especial, esteve também o vereador e professor, Edvaldo Brito (PTB).
A cidade de Salvador foi escolhida por ter 80% da população negra, e também pela questão social. O deputado deixou claro que todas as coisas ditas na reunião não foram e não serão em vão. Começou em Salvador e se estenderá para todo o país. A segunda reunião será no estado do Rio de Janeiro. Além da Anemia Falciforme, foram discutidas outras doenças como a Glaucoma, que atinge 100 mil portadores em Salvador.
(Foto: Marcele Correia / Click Notícias)
A anemia falciforme é originária da África e se faz predominante em negros, mas que pode manifestar-se também em pessoas brancas. Ela se caracteriza por uma alteração nos glóbulos vermelhos, que perdem a forma arredondada e elástica, adquirem o aspecto de uma foice (daí o nome falciforme) e endurecem, o que dificulta a passagem do sangue pelos vasos de pequeno calibre e a oxigenação dos tecidos. As hemácias falciformes contêm um tipo de hemoglobina, a hemoglobina S, que se cristaliza na falta de oxigênio, formando trombos que bloqueiam o fluxo de sangue, porque não têm a maleabilidade da hemácia normal.
Sintomas da anemia falciforme:
- Dor forte provocada pelo bloqueio do fluxo sanguíneo e pela falta de oxigenação nos tecidos;
- Dores articulares;
- Fadiga intensa;
- Palidez e icterícia;
- Atraso no crescimento;
- Feridas nas pernas;
- Tendência a infecções;
- Cálculos biliares;
- Problemas neurológicos, cardiovasculares, pulmonares e renais;
- Priapismo.
A cada 650 crianças, uma nasce com a doença (Foto: Mara Silvany / Click Notícias)
“É uma doença de saúde pública”, relatou a vice-prefeita. Célia Sacramento informou que no estado de Minas Gerais o atendimento a pessoas portadoras da anemia falciforme é de excelência, “em Salvador, até o momento, não se discutia, hoje começará uma nova etapa, um marco para combater essa doença”, concluiu.
Em entrevista ao Portal Click Notícias, o Deputado Federal, Antônio Brito, informou a próxima etapa para conseguir que essa proposta na saúde se estenda será no Rio de janeiro, depois terá mais uma audiência pública em Brasília e, após, irão sentar para concluir com os dados recolhidos em audiências e verificar as demandas que irão colocar no relatório da comissão. Essas demandas virão dos estados e municípios, que também foram consultados. Os municípios que não puderam fazer audiências, mandaram os dados através de correspondências, após esse processo, serão feitas proposições de sugestões a partir de apresentações de relatórios expondo a Comissão de Seguridade Social e Família – uma vez aprovado, seguir como relatório da câmara dos deputados.
(Foto: Marcele Correia / Click Notícias)
Questionado sobre o que irão enfrentar nessa jornada, onde o país está em crise e cortes estão sendo feitos, o deputado respondeu que sentiu receptividade. Brito informou que o primeiro ponto a falar são os financiamentos, então, sentindo que há uma necessidade de alocar, não só mais recursos ao SUS, mas também do SUS para essas políticas da saúde da população negra.
Falou sobre os cortes do governo federal, que os estados e municípios acabam sofrendo com o impacto. Informou que “a preocupação não é só garantir um bom recurso como financiamento para o SUS, como também garantir dentro do que tem seja destinado para essa política fundamental que são das doenças vinculados a população negra.
Questionamos sobre a Fundação José Silveira e a Santa Casas da Misericórdia, que têm dado exames gratuitos. “As Santas Casas têm contribuído bastante com essa população. Não tenha dúvida que tem dado resultados importantes, porque são parceiros do SUS”, conclui Brito.
Por: Mara Silvany/ Click Notícias