Área da Marinha é negociada para novo Centro de Convenções da BA
A área que pertence ao Grupamento de Fuzileiros Navais, no bairro do Comércio, em Salvador, pode dar lugar ao novo Centro de Convenções da Bahia. A informação é do secretário da Casa Civil do estado, Bruno Dauster, que antecipou ao G1 o início de uma negociação com a Marinha para poder ocupar o espaço. A intenção do governo é de que a licitação para a construção do equipamento saia até dezembro deste ano, por meio de Parceria Público-Privada (PPP) ou concessão de outorga.
Com as atividades paralisadas para início de reforma, após interdição da Secretaria Municipal de Urbanismo (Sucom), o Centro de Convenções localizado no bairro do Stiep, também em Salvador, deve ser desativado e aproveitado para outras atividades do governo.
Dauster explica que o projeto de construção do novo espaço está em fase de análise de viabilidade técnica e econômica. “O estudo está bem avançado. Por tudo o que vimos até agora, é viável. Ainda não temos o projeto pronto, razão pela qual ainda precisamos concluir o estudo de viabilidade”, informa. Independentemente do projeto, o secretário antecipa as características que devem compor o novo espaço.
“Posso dizer que será um centro de grande porte para poder receber eventos de até 30 mil pessoas. Deve conter também auditório para eventos de até três mil pessoas. Terá área de alimentação, salas de reunião. Enfim, um centro moderno que vai permitir que Salvador dispute [eventos] com condições positivas”, espera.
Para Bruno Dauster, o grande trunfo do novo Centro de Convenções será, além do espaço, a localização. “Poucos centros de convenções têm condições de terem uma localização tão privilegiada: ao lado do mar, com a visão da Baía de Todos-os-Santos. Também estará ao lado de um Patrimônio Cultural da Humanidade [região do Pelourinho]. O local terá condições de acessibilidade absoluta, por meio da Via Expressa, da Avenida Bonocô e do VLT [Veículo Leve sobre Trilhos]”, detalha.
Em fase de análise de análise de viabilidade técnica e econômica, o governo ainda não tem informações sobre os custos das obras. Entretanto, Dauster destaca que a previsão do estado é de que a licitação saia ainda este ano. “Queremos botar isso na rua o mais rápido possível, ainda este ano”, afirma.
Em contato com o G1, o Comando do 2º Distrito Naval confirmou o interesse do estado pelo espaço da Marinha que, além do Grupamento de Fuzileiros Navais, abriga o Hospital Naval. O comando destacou que está analisando a proposta, mas ressaltou que área é estratégica para a Marinha. “É uma área próxima do Porto e uma de nossas funções é defender as instalações portuárias”, afirma o tenente Fernando Araújo.
Desativação
Com as atividades paralisadas desde julho, após interdição da Secretaria Municipal de Urbanismo (Sucom), o Centro de Convenções do bairro do Stiep, em Salvador, ainda aguarda o início de reforma.
Dauster conta que o governador já autorizou início dos procedimentos de intervenção e que as obras devem ser iniciadas até o mês de setembro. “Se não for nesse mês [agosto], do próximo não passa”, atesta. Segundo o governo do estado, o valor de licitação para obra emergencial está orçado em R$ 5 milhões.
Independentemente da reforma, o secretário da Casa Civil afirma que a previsão é de que o espaço seja desativado, após a inauguração do novo equipamento no Comércio. “Evidentemente que se eu tiver um centro no Comércio, não vou precisar ter outro. [O espaço] terá outro uso. Qual vai ser o uso, ainda não sabemos”, afirma.
O Centro de Convenções, do bairro Stiep, foi interditado após constatação de falta de projeto e equipamentos de incêndio e pânico, como também de manutenção predial. Dauster avalia que, mesmo com reforma, o equipamento não atende à necessidade do estado.
“Era ilusório se dizer que poderia recuperar aquele Centro de Convenções. Falar, a gente pode falar o que quiser, mas não corresponde aos fatos. Sabemos que no fundo aquele Centro de Convenções estava inadequado. O principal uso dele era formatura. É um centro que não corresponde às características principais de demanda de um Centro de Convenções”, considera. Com previsão de início de reforma até setembro, o estado ainda não sabe quando o equipamento será liberado para uso.
Prejuízos
Segundo o presidente da Federação Baiana de Hospedagem e Alimentação (Febha), Sílvio Pessoa, sem um Centro de Convenções em funcionamento na capital, a Bahia tem perdido competitividade com demais capitais do nordeste, a exemplo de Natal, Recife e, principalmente, Fortaleza.
Pessoa acrescenta que Salvador vive a pior margem de ocupação hoteleira dos últimos 30 anos. A média acumulada do ano está em 56%, enquanto a média histórica é 67%. Para ele, a ausência do Centro de Convenções é decisiva nestes índices.
“Na baixa estação, o Centro de Convenções é fundamental para o equilíbrio dos hotéis. Por meio dele, captamos eventos, congressos e convenções que nos fazem atingir um ponto de equilíbrio fora da alta estação”, afirma.