Sindilimp aponta que grupo criou empresa para receber recursos do governo da Bahia
Mais um caso envolvendo irregularidades de empresas terceirizadas do Governo do Estado foi apresentado pelo Sindicato dos Trabalhadores de Limpeza Urbana da Bahia (Sindilimp-BA), nesta quarta-feira (19). Dessa vez, se refere a uma empresa condenada pelo Estado e que responde a processos trabalhistas e de outra que foi criada pelo mesmo grupo para receber valores como prestadora de serviços do atual governo. Trata-se da empresa BC Serviços de Mão de Obra, que tem como sócio os senhores Bruno de Oliveira Guimarães (99%) e José de Jesus Santos (1%). O grupo criou outra empresa, a Avant Serviços e Empreendimentos, com mesmo endereço, telefone e e-mail, e tendo como sócios Grasiele Thainá de Oliveira Silva (99%), que só tem 20 anos, e Anizete Gomes Bento (1%). A conexão entre as duas empresas fica evidente quando se identifica os nomes de filiação, tendo os sócios majoritários a mesma mãe, Rosana de Oliveira Guimarães.
“Temos outras empresas que podem corresponder à mesma situação. Por exemplo, como a LC Empreendimentos e Serviços Eireli está classificada para concorrer em licitações se a empresa está cheia de problemas, não recolhe FGTS [Fundo de Garantia por Tempo de Serviço], não paga assistência médica? A LC está prestando serviço à Secretaria de Educação, e como pode se classificar uma empresa desta, cheia de problemas?”, questiona a coordenadora geral do Sindilimp, Ana Angélica Rabello. Para a diretoria do sindicato, o caso demonstra a falta de fiscalização da atual gestão e aponta para o que considerou de “a volta do jaleco branco”, em referência à operação da Polícia Federal deflagrada em 2007.
O vereador de Salvador, Luiz Carlos Suíca (PT), que defende a categoria dos terceirizados, disse que o Estado tem que ter, pelo menos, cautela na hora da licitação. “Isso mostra que a fiscalização não funciona e o sindicato tem feito este papel, por isso, o sindicato deve ser ouvido sempre. Não é uma cobrança ao governador, mas sim contra gestores que fazem vistas grossas para essas irregularidades. E isso está bem claro, não desclassificar a empresa é pedir para ter problemas futuros, assim fica ‘Fácil’. As relações institucionais devem ser melhor avaliadas, ficaria melhor e mais ‘Fácil’”.
A coordenador do Sindilimp ainda questiona “como é que um sindicato não pode ser ouvido e como um grupo de trabalhadores que tem alertado para essas coisas não são atendidos? Ao invés do governo sentar com o sindicato para conversar, saber como como está a situação, resolve se fechar e não dialogar. Foi a partir dos sindicatos que foi deflagrada a ‘jaleco branco’, que também apontou casos parecidos como esse. A empresa BC Serviços de Mão de Obra atua na Secretaria de Educação em Eunápolis, que não pagou os trabalhadores, e existe processos judiciais contra ela e contra a Avant também, em contrato da Bahia Pesca. Criando outra empresa, o grupo segue recebendo recursos públicos, mas quem devem responder isso são os secretários Oswaldo Barreto [Educação] e Edelvino Góes [Administração]”, completa Ana.