Padrinho afirma que menino engasgou com mingau e ele “tentou resolver”
Acusado de ocultar o cadáver de Marcus Vinícius, de 2 anos, nas dunas de Itapuã, Rafael Pinheiro, padrinho do garoto, foi apresentado pela Polícia Civil do Estado da Bahia na manhã dessa quinta-feira (20), em Salvador. A chegada de Rafael no local gerou um grande tumulto, já que dezenas de manifestantes se concentravam no local, gritavam e tentavam agredir o cabeleireiro.
Durante entrevista coletiva, o delegado Antônio Carlos Magalhães Santos, da 12ª DT, que investiga o caso, explicou como a Polícia Civil identificou Rafael como principal suspeito do crime. “A partir de várias notícias que foram publicadas, nós ficamos desconfiados. Claro que a gente manteve contato com o departamento de homicídios e, a partir dai, forma aferidas contradições, para poder ter certeza de que ele saberia onde estaria essa criança. Dessa forma, foi inquerido, interrogado e o mesmo acabou confessando o ato”, falou.
Segundo o delegado, a mãe do menino, Fabiana de Carvalho, também será indiciada com base no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). “É claro que ela teve uma participação em tudo que está acontecendo, até pela negligência dela de dar a guarda de uma criança para uma pessoa que não tinha nenhum vínculo com ela”, explicou.
Padrinho afirma sufocamento
Segundo Rafael Pinheiro, Marcus tomou leite de soja e sofreu uma reação. “A garganta borbulhou. Logo em seguida, 10 minutos, ele veio a falecer”, falou.
Questionado sobre a razão de não ter levado o garoto ao médico, Rafael afirmou que tentou fazer o afilhado ficar bem — “tentei eu mesmo resolver” —, mas, ao perceber que Marcus havia morrido, desesperou-se. “Foi o mingau que sufocou ele. Fiquei em desespero e resolvi esconder o corpo”, disse ao garantir também que a mãe de Marcus não sabia da morte do menino.
Polícia aponta culpa da mãe de Rafael
Apesar de Rafael negar o envolvimento de sua mãe no caso, para a delegada Heloísa Simões, do Departamento de Proteção à Pessoa (DPP), ela também vai ser indiciada pois sabia da morte do menino desde o início.
“Ela já sabia e pode ser denunciada por denunciação caluniosa, porque a todo momento ela queria induzir a Polícia a erro. Foi ela que indicou as testemunhas. Não existem o frentista e a lojista que ela indicou”, falou, referindo-se à alegação de que o menino tinha sido sequestrado numa feira em Itapuã.
Heloísa afirmou que a Polícia continua apurando a motivação do crime. “Com certeza ela [mãe de Rafael Pinheiro] já sabia. Agora temos que nos reunir, porque a investigação não acabou. Começamos a investigar um desaparecimento e aí vem a linha do usuário de drogas, que começa a chegar na parte de tráfico… Tem muito a ser feito”, falou.
Por: Metro 1 / Inf. Camila Tíssia