Data de Hoje
26 November 2024

Obras do VLT do Subúrbio devem começar em 2016

O motivo é o edital que deveria ter sido lançado no último dia 14 de agosto

Estimadas para iniciar no mês de novembro deste ano, as obras do VLT, que vão Subúrbio Ferroviário ao Comércio, podem começar no ano que vem. O motivo é o edital que deveria ter sido lançado no último dia 14 de agosto – data anunciada pelo secretário estadual da Casa Civil, Bruno Dauster –, foi adiado. Segundo a assessoria de comunicação da pasta, o lançamento deve acontecer ainda neste semestre.

A prorrogação do prazo se deve a ajustes técnicos que estão sendo feitos no edital para que a execução da obra seja viabilizada, mas a Casa Civil não informou quais seriam essas adaptações. Já o valor da obra, que inicialmente estava orçado em R$ 1,1 bilhão, também deve passar por ajustes, de acordo com a assessoria de comunicação, mas o novo valor também não foi divulgado.

A expectativa é de que as obras sejam iniciadas cerca de 90 dias após o lançamento do edital de licitação, mediante a assinatura da ordem de serviço, e fiquem prontas em três anos. Estão divididas em duas fases. A primeira será entre o Comércio e Plataforma, com 9,4 km de extensão. Já a segunda, entre Plataforma e a Avenida São Luiz, terá nove km, totalizando 18,4 km. A etapa inicial tem o valor de R$ 552 milhões e já tem recursos assegurados pelo Governo Federal. Outros R$ 548 milhões viriam do próprio estado. Há ainda a perspectiva de que haja um acréscimo de 1,5 km na extensão do VLT, ligando-o da Calçada até a Estação da Lapa.

Atualmente gerido pela Companhia de Trens do Estado da Bahia (CTB), o sistema de trens do Subúrbio tem a extensão de 13,5 km e possui 10 estações de parada, que vão dos bairros da Calçada até Paripe. No novo projeto, já com o VLT, a expectativa é de que o número de estações aumente: 21. Dentre as mudanças destacadas pelo governo do estado para o sistema de transporte estão à demolição das atuais estações para dar lugar a novas estruturas mais simples, modernas e dentro das normas internacionais de acessibilidade. A expectativa é de que mais de 1,5 milhão de pessoas sejam beneficiadas com as mudanças.

Grupo elogia modelo e questiona forma de execução

Apesar ver benefícios à população com a chegada do VLT à região do Subúrbio, o coordenador geral do movimento Ver de Trem, Gilson Vieira, lamentou o adiamento do edital de licitação para início das obras, contando que “fomos penalizados por conta disso e que a crise é a principal responsável”. Porém, ele questionou a forma de execução do projeto por parte do governo do estado. “A gente gostaria que o trabalho que já foi feito, até 2012, fosse aproveitado e não descartado pelo governo, como é caso das estações, que já haviam sido modernizadas, assim como os trilhos”, pontuou.

De acordo com ele, atualmente, das sete composições existentes, apenas duas estão funcionamento. “Se tivéssemos pelo menos umas quatro, o número de pessoas atendidas seria muito maior”, disse ele, salientando que três das cinco composições paradas chegaram a ser levadas ao Rio de Janeiro serem modernizadas, mas que, até hoje, não estão a serviço da população. “O governo alegou que se trata de uma empresa inadimplente e sem muita experiência no ramo e a colocou na Justiça”, falou.

Vieira também questionou a necessidade de paralisação do serviço enquanto as obras estiverem sendo executadas. “O que eles querem fazer aqui é parar o sistema e colocar ônibus e servir a essas regiões. Mas, se formos observar, outras cidades como Fortaleza, Natal e Maceió não precisaram interrompê-lo para modernizá-lo”, disse. O temor dele é de que, caso a mudança se concretize, o trânsito naquela região se torne ainda mais caótico do que é atualmente. “Somos favoráveis à modernização e sabemos da importância do VLT, mas acho que as coisas não estão sendo conduzidas da melhor maneira possível”, finalizou.

Por: Yuri Abreu / Tribuna da Bahia