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24 November 2024

Governo pode ter que assumir financiamentos a rodovias

Governo pode ter que assumir financiamentos a rodovias

 

 
O governo federal pode ter de assumir o total do financiamento às rodovias licitadas no ano passado para evitar uma devolução das concessões, já que a maioria dos bancos privados resistem a participar dos empréstimos de longo prazo. Essa situação já era conhecida do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) desde a assinatura da carta de financiamento as rodovias, no final do ano passado. "Há um desafio importante à frente e isso já havia sido colocado nas reuniões com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)", disse o diretor gerente de project finance do HSBC, Sérgio Monaro, ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado. Segundo ele, os bancos privados já haviam indicado ao BNDES sobre tal incompatibilidade desde as primeiras discussões e o banco de fomento teria ignorado as recomendações. Os bancos privados desejavam a flexibilização das taxas, ou seja, que fossem estudadas caso a caso, já que os riscos são diferentes, explicou Monaro. O executivo do HSBC afirma que o atual impasse pode, no limite, levar o governo a carregar todo o financiamento, por meio do BNDES isoladamente ou em parceria com a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil. O BNDES já responde por dois terços dos financiamentos e poderia ficar com o restante, diz. "Não é possível para um banco privado manter um financiamento em seu balanço, por duas décadas, nessas condições, sem considerar que cada estrada (projeto) e grupo investidor tem um risco diferente", disse. "Normalizar tudo em uma única taxa é um risco razoável", acrescenta. Conforme as condições de financiamento ofertadas para as concessões de rodovias, os grupos econômicos vencedores das licitações devem ter acesso à linha de longo prazo a um custo equivalente à remuneração da TJLP somada a um spread de 2% pelo prazo de até 25 anos. Os bancos privados recebem, no entanto, um spread de 1,5%, uma vez que o BNDES estabelece em 0,50% o custo de repassar o dinheiro do Tesouro para essas instituições que vão emprestar para as empresas. O risco fica, no entanto, com os bancos privados.