Imbassahy mira dono da cervejaria Itaipava na CPI
Imbassahy viajou anteontem para Cartagena, na Colômbia, em missão oficial da Câmara. O deputado retorna ao Brasil amanhã
O deputado federal Antônio Imbassahy (PSDB), vice-presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga Câmara dos Deputados esquemas de corrupção na Petrobras, deverá solicitar ao colegiado à convocação do presidente do Grupo Petrópolis, Walter Faria, dono da Cervejaria Itaipava.
O parlamentar baiano sustenta que na delação premiada que fez na Operação Lava Jato, o lobista Júlio Camargo informou que repassou para Faria cerca de US$ 3 milhões por meio de um banco na Suíça. Segundo Imbassahy, o dinheiro pode ter sido usado para abastecer campanhas do PT em todo o Brasil. Júlio Camargo foi quem acusou o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), e o ex-ministro José Dirceu (PT) de receber dinheiro desviado da Petrobras. Camargo informou que ter pago R$ 137 milhões em propina para o PMDB e para o PT.
“É uma denúncia grave feita por um delator [Júlio Camargo]. É bom esclarecer isso. Não tem porque esconder”, disse o deputado à Tribuna. Imbassahy viajou anteontem para Cartagena, na Colômbia, em missão oficial da Câmara. O deputado retorna ao Brasil amanhã.
Na Bahia, o Grupo Petrópolis doou à campanha do governador Rui Costa (PT) R$ 4 milhões dos R$ 32,1 milhões arrecadados. Conforme prestação de contas da campanha petista, a companhia realizou quadro doações de R$ 1 milhão cada entre gosto e setembro do ano passado, véspera das eleições. Para a campanha da presidente Dilma Rousseff (PT), a cervejaria doou R$ 17,5 milhões. A Cervejaria Itaipava recebeu do governo federal, através do Banco do Nordeste, um empréstimo no valor de R$ 375 milhões, dinheiro utilizado para construir a fábrica da Itaipava em Alagoinhas, no Recôncavo baiano. Quando era líder do PSDB na Câmara, Imbassahy protocolou representação junto ao Ministério Público Federal (MPF) e um pedido de auditoria especial ao Tribunal de Contas da União (TCU) para que fossem investigados todos os empréstimos ao grupo paulista, que somaram R$ 830 milhões.
A fábrica em Alagoinhas, no Recôncavo baiano, inaugurada em novembro de 2011, foi a primeira a produzir cerveja do Grupo Petrópolis na região Nordeste. A expectativa era gerar 3,6 mil postos de trabalho. Alagoinhas foi escolhida pela localização estratégica e qualidade da água.
Desta vez, o tucano baiano pediu à Operação Lava Jato acesso aos dados sobre transações realizadas em contas do empresário em bancos da Suíça; de Mônaco e do Valle Frondoso, no Uruguai.
Por: Tribuna da Bahia