jun 17, 2014
Pesquisadores da USP desenvolvem nova molécula para tratamento de doença de Chagas
Uma nova molécula para tratamento da doença de Chagas está sendo desenvolvida por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP). A nova substância, de acordo com a professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, Ivone Carvalho, é menos tóxica e mais eficiente no tratamento do que os medicamentos usados atualmente. “Nesses estudos, ela mostrou uma resposta interessante. Não foi tóxica para a célula. Teve maior atividade para matar o parasita do que o próprio fármaco”, afirma. O estudo é baseado na estrutura do benznidazol, remédio utilizado no Brasil para combater o Trypanossoma cruzi, parasita transmitido pelo inseto conhecido como barbeiro e causador da doença. Ivone explica que a ideia é aperfeiçoar o tratamento. Segundo a pesquisadora, o tratamento utilizando atualmente é antigo e tem problemas de toxicidade e ineficácia na fase crônica. Além de ser resistente ao tratamento. Os sintomas da doença são febre e mal-estar, podendo ser confundidas com outras enfermidades. Se a doença não for tratada corretamente, o paciente pode desenvolver a forma crônica da doença, quando Trypanossoma se hospeda nos tecidos e pode causar o crescimento de órgãos como o coração e o esôfago. De acordo com o Ministério da Saúde, no Brasil, existem entre 2 e 3 milhões de pessoas infectadas, a maior parte está na fase crônica. A Agência da USP de Inovação já patenteou a molécula. A nova substância deverá ter menos efeitos colaterais do que a usada hoje, que causa enjôos e dores estomacais. O próximo passo serão os testes com camundongos, a serem feitos na Faculdade de Medicina da USP.