Transgênero sofre perseguição depois de fazer alistamento militar em SP
Uma jovem transgênero de 17 anos denunciou ter sido alvo de uma perseguição de militares depois de comparecer ao Exército para resolver questões referentes ao alistamento militar. O caso aconteceu na última quarta-feira (23), em São Paulo, onde Marianna Lively mora.
“Me trataram normalmente, sem preconceito e com educação. Porém, no mesmo dia quando era 14h começaram algumas ligações estranhas em minha residência, pessoas desconhecidas do RJ, SP, Brasília e Ceará, procuravam por David (meu nome de registro)”, escreveu em um desabafo publicado no Facebook.
A jovem conta que essas pessoas desconhecidas que ligavam para sua casa, caçoavam dela por ser trans, outras diziam terem gostado dela e queriam manter contato, além disso, Marianna foi avisada por uma amiga que mora em São Paulo, que suas fotos estavam circulando por redes sociais e aplicativos de mensagens.
Foi nesse momento que ela teve a dimensão do que estava acontecendo. Pelas fotos que a amiga mandou, Marianna concluiu que foi o soldado que a atendeu nas dependências do quartel quem tirou as fotos e viralizou o caso.
No dia seguinte, a jovem resolveu pedir esclarecimentos sobre o caso na base militar onde havia feito o alistamento.
O capitão admitiu o acontecido, pediu desculpas pelo transtorno e prometeu punir o responsável. Como conselho, sugeriu que a garota “trocasse o número do telefone”.
Insegura, Marianna prestou queixa na delegacia, mas foi advertida pelo delegado que não teria muito o que se fazer, uma vez que o ocorrido foi dentro de uma unidade militar e ela teria que procurar a Polícia do Exército.
Revoltada, a jovem escreveu sobre o caso no Facebook e se disse disposta a ir até a última instância para esclarecer essa questão.
“Não deixarei passar batido, pois não quero que outras pessoas passem pelo mesmo, ou até pior”, escreveu. Até o momento a assessoria do Exército não se pronunciou.