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23 November 2024

Servidores protestam na Alba após suspensão de financiamento habitacional

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Quase 70 servidores públicos, entre policiais e bombeiros militares, além de trabalhadores de outras pastas da gestão estadual, da capital e interior do estado, estiveram na tarde desta segunda-feira (5), na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), em busca de uma solução para o que eles classificam como um verdadeiro dilema. Segundo os agentes públicos, o subsídio oferecido à classe através do Programa Habitacional do Servidor Público (Prohabit), que consiste em financiar até 50% do valor da prestação, proporcional à renda de cada servidor, foi suspenso no início de setembro pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano (SEDUR), através da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (CONDER

Ainda de acordo com os servidores, os contratos em andamento também foram suspensos e não houve aviso prévio. Eles relataram à reportagem do Bocão News que foram pegos de surpresa e ficaram sabendo através da imprensa a suspensão do subsídio. Muitos dos trabalhadores relatam que pagaram valor referente à entrada do imóvel e agora correm o risco de perder a moradia e o valor pago. “Caso a gente não consiga pagar a parcela o imóvel, será configurada a quebra de contrato que resultará na perda da habitação e o valor pago”, disse uma policial militar que não quis ser identificada

O policial militar, Everaldo Carvalho Ribeiro, 36 anos, disse ao Bocão News que deu entrada de R$ 25 mil em um imóvel e paga parcelas de R$ 500, mas está sendo pressionado pela construtora a pagar o valor completo da prestação. “Sem o subsídio terei que pagar R$ 1,3 mil por mês. A construtora está pressionando a assinar contrato para pagamento de parcela cheia. Se eu não pagar poderá configurar quebra de contrato e eu perderei tudo”, desabafa o PM, que ainda disse ter outra preocupação. “Moro em área de risco em Feira de Santa, tenho duas filhas e tenho que andar com minha farda escondida para me manter seguro”.

Segundo os servidores, muitos no interior do estado estão prejudicados também com a suspensão do financiamento. Uma policial militar, que não quis ser identificada relatou que pagou 30% do imóvel e quando ia pegar a chave, foi surpreendida com a notícia da suspensão do benefício. “Meu sonho da casa própria se transformou em pesadelo, pois sem esse auxílio, não tenho como pagar a prestação integral. Moro em área de risco, pago R$ 600 de aluguel e meu filho pergunta cadê a casa que eu prometi”, desabafa
Os servidores, principalmente os policiais e bombeiros, foram atendidos no gabinete do deputado Marcos Prisco (PSDB). O parlamentar prometeu fazer um documento e encaminhar ao secretário de Desenvolvimento Urbano, Carlos Muniz, e ao governador Rui Costa, para que seja resolvido o problema dos servidores, em especial os policiais, que segundo Prisco, estão em situação de risco. “Neste ano foram assassinados 19 policiais. Muitos moram em área de risco e este programa ajudaria eles a ir para locais mais seguros com suas famílias”, comenta o parlamentar.

O deputado disse ainda que caso não haja resultado, encaminhará a situação ao Ministério Público e Poder Judiciário. Segundo Prisco, a bancada da oposição na Casa já se colocou à disposição dos servidores prejudicados.