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24 November 2024

Contas da Embasa que saem de R$ 20 pra R$ 16 mil inspiram desconfiança

Nada mais desagradável em tempos de crise econômica do que pagar pelo que não consumiu. A situação fica ainda pior quando os valores cobrados por um serviço são exorbitantes e irreais, podendo gerar prejuízos e constrangimento para os envolvidos.

Esse é o caso do ouvinte da Rádio Metrópole Fernando Azevedo, morador do bairro de Massaranduba, que recebeu da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa), no aconchego do seu lar, duas contas de água que somadas chegam a quase R$ 26 mil. Ele mora apenas com a esposa, que sofreu um derrame cerebral, e o filho de 29 anos, e está acostumado a pagar entre R$ 20 e R$ 40 pelos serviços de água.

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“Como é que eu vou pagar isso? Um preço de um carro zero, o consumo de água de dois meses. Eu não vivo num palacete, minha casa é bem simples, humilde, com três pessoas dentro. Eu não parti nem para negociar, porque não tenho como. Eu tenho um salário de R$ 2,1 mil por mês. Como é que eu vou pagar R$ 30 mil de água? Eu vou ter que vender a casa pra pagar água? Não tem como. O que eu posso fazer? Nada”, questionou, triste, Azevedo.

R$ 1 mil, R$ 3 mil, R$ 6 mil…

Já a diarista Edinólia Ferreira, moradora de Pirajá, chegou a ter o fornecimento de água suspenso por um erro da própria Embasa. “Há alguns meses eu venho recebendo contas de valores altos. Começou a partir de R$ 1 mil, depois, no terceiro mês, veio cerca de R$ 6 mil. E fiz uma reclamação no juizado de pequenas causas. Consegui uma liminar, e eles fizeram a religação de minha água, que estava cortada”, relatou.

Edinólia afirmou que, após obter a liminar, voltou a receber as contas de água nos valores corretos, cerca de R$ 30 por mês — mas isso durou pouco tempo. “Neste mês, veio de novo: R$ 3,1 mil. Liguei, eles disseram que não poderiam resolver nada ainda, porque não poderiam abrir um novo processo sendo que eu tinha um outro processo contra eles. Teve a primeira audiência, não houve acordo, e as contas altas já voltaram”, disse.

Susto sim, solução não

Fernando Azevedo contou que, inicialmente, recebeu uma conta no valor de R$ 9.580,65, e logo procurou a Embasa para tentar resolver o mal entendido. “Eles próprios do balcão de reclamações tomaram o maior susto”, disse.

Para piorar, os atendentes do órgão ainda informaram a Azevedo que a conta do próximo mês viria ainda mais cara: de R$ 9.580,65 pularia para R$ 15.996,90. “Só que essa conta não chegou na minha residência. Fiquei sem receber conta nenhuma. Quando fui na Embasa, eles, além de me darem essa conta de quase 16 mil, ainda me deram mais uma no valor de R$ 1.333,78”, relatou.

Nem resolve problemas…

Além dos valores exorbitantes cobrados nas contas de água, a Embasa ainda não consegue resolver rapidamente os transtornos. “Foram na minha casa depois disso, verificaram, disseram que não havia nada, pediram de novo que eu olhasse, mas é erro deles. Depois das primeiras contas altas, vieram duas contas no valor normal, por que agora veio de R$ 3 mil?”, questionou Edinólia.

Embasa insiste em valor

Ao Jornal da Metrópole, a Embasa voltou a garantir, nessa quinta-feira (15), que o valor da conta de Fernando está correto. “No início de agosto, a Embasa enviou técnico ao local para verificar o hidrômetro.  Na vistoria, a leitura foi confirmada, sugerindo a existência de problemas nas instalações internas, cuja manutenção é de responsabilidade do proprietário do imóvel. (…) a Embasa entrou em contato hoje (14) com o cliente e, atendendo a seu pedido, agendou para amanhã (15) uma visita ao imóvel”, disse através de nota. Já sobre o problema de Edinolia Ferreira, a empresa afirmou que o caso encontra-se na justiça. “ E a Embasa aguarda o andamento do processo”, completou.

Fonte: Metro1