Documentos com assinatura de Cunha comprovam contas na Suíça, diz TV
Ministério Público do país europeu enviou à PGR 35 arquivos que contêm passaporte do peemedebista, da mulher e da filha dele, segundo o ‘Jornal Hoje’
O Ministério Público suíço enviou à Procuradoria-Geral da República documentos que comprovam a existência no país europeu de contas do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), segundo revela nesta sexta-feira o Jornal Hoje, da Rede Globo. Constam de 35 arquivos enviados para os investigadores brasileiros: a assinatura do peemedebista, cópias do passaporte e dados pessoais.
Os documentos, de acordo com as investigações, foram usados pelo parlamentar para conseguir registrar as contas. Além da reprodução do passaporte e do visto americano do deputado, constam também o nome completo e data de nascimento de Cunha, assim como o endereço onde ele mora com a mulher, a jornalista Cláudia Cordeiro Cruz, e com a filha, Danielle Cruz Cunha, no Rio de Janeiro. Imagens dos passaportes delas também estão anexadas aos registros das contas.
Passaporte e assinatura do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, comprovam que contas na Suíça pertencem ao peemedebista
De acordo com o telejornal, em uma das contas atribuídas a Cunha, em nome da offshore Triumph SP, há uma cópia do passaporte do parlamentar. Em outro documento, que autoriza investimentos, aparece uma assinatura semelhante à registrada no documento do peemedebista. Em outro registro, Cunha pede que todas as correspondências relacionadas às suas contas no banco suíço Merrill Lynch sejam enviadas a um endereço em Nova York, nos Estados Unidos. A justificativa apresentada é que ele “mora em um país onde os serviços postais não são seguros”. Quando questionado na documentação se o cliente do banco está abrindo a conta no mesmo país em que possui investimentos, Eduardo Cunha diz que deseja trabalhar na Suíça.
Negócio da Petrobras na África irrigou contas de Cunha e de sua mulher, diz Suíça
Cunha era beneficiário de quatro contas no país europeu, de acordo com a Procuradoria, mas duas delas foram fechadas um mês depois que a Operação Lava Jato foi deflagrada, no ano passado. No início do mês, a Suíça bloqueou 2,4 milhões de dólares, ou 9,3 milhões de reais, que estavam vinculados a outras duas contas bancárias.
Os documentos enviados pelo Ministério Público suíço à Procuradoria-Geral da República (PGR) no Brasil indicam que um negócio de 34,5 milhões de dólares fechado em 2011 pela Petrobras, em Benin (África), serviu para irrigar quatro contas na Suíça cujos beneficiários são o presidente da Câmara e sua mulher. Como mostram os documentos, as quatro contas receberam, nos últimos anos, repasses de 4,8 milhões de dólares e 1,3 milhão de francos suíços, que somados equivalem a 23,2 milhões de reais. Parte dos recursos, segundo os investigadores, foi utilizado para pagar despesas da esposa do parlamentar em uma escola de tênis nos Estados Unidos.
Nesta quinta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) atendeu à PGR e autorizou a abertura de um novo inquérito contra Cunha, que também envolve a esposa de Cunha e Danielle. Desta vez, o pedido de investigação decorre da descoberta de contas secretas do peemedebista na Suíça. Em agosto, o procurador-geral Rodrigo Janot denunciou o presidente da Câmara dos Deputados pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Na denúncia apresentada ao Supremo, ele afirmou que Cunha recebeu 5 milhões de dólares por meio de empresas sediadas no exterior e de fachada em um contrato de navios-sonda da Petrobras