Vasco vence o Palmeiras e fica a dois pontos de sair do Z-4
Time chega aos 33 pontos e é beneficiado pelos resultados da rodada
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SÃO PAULO – Os torcedores vascaínos que escolheram acreditar ganharam mais um motivo para ter fé na luta contra o rebaixamento para a Série B. Na tarde deste domingo, o Vasco surpreendeu o Palmeiras por 2 a 0 em plena Arena Palmeiras e chegou aos 33 pontos, ficando a dois de escapar do Z-4. Numa partida que mais parecia um amistoso, tamanha a apatia do adversário, a equipe de Jorginho não deixou o resultado escapar e chegou à sua segunda vitória fora do Rio no Brasileiro.
A relação de amizade e respeito entre Vasco e Palmeiras é tão grande que o telão da arena exibiu gols de Edmundo e Evair com a camisa de ambos os times antes de o jogo começar. Com a frase “Edmundo e Evair, ídolos de duas grandes torcidas”, os vascaínos na arquibancada superior tiveram que se contentar com o saudosismo e a nostalgia da equipe campeã brasileira em 1997. Sem os craques de outrora, o Vasco teve que se virar em campo com Nenê e Rafael Silva. E deu certo.
O jogo começou sonolento e burocrático e assim seguiu até a metade de primeiro tempo. Com as duas equipes se estudando, cautelosas em excesso, sobraram passes laterais e sem criatividade. O Vasco até chegava à área adversária, mas não tinha objetividade para finalizar. Por sua vez, o esquema tático montado por Marcelo Oliveira com três atacantes pouco ameaçava a zaga vascaína, com Luan e Rodrigo se antecipando bem.
Com Nenê, principal homem de criação, bem marcado, o primeiro lance de perigo só saiu aos 25 minutos. E foi num contra-ataque armado por Riascos, que acabara de levar o cartão amarelo. De puxeta, ele lançou Serginho, que avançou, driblou o marcador e arriscou de fora da área para defesa de Fernando Prass, enquanto Nenê pedia a bola, livre.
O Palmeiras só foi dar seu primeiro chute a gol aos 31, com Rafael Marques, de muito longe, para fácil defesa Martín Silva. Na sequência, foi a vez de Lucas Barrios arriscar de fora da área com força para o uruguaio amortecer com as palmas das mãos. Os donos da casa não tinham criatividade e acabaram deixando espaços para o Vasco chegar.
Foi assim aos 34, quando Nenê tocou para Rafael Silva na ponta esquerda, que pedalou para cima de Thiago Santos na entrada da área, driblou o marcador e chutou sem ângulo para Prass espalmar para fora. Na cobrança de escanteio a dupla entrou novamente em ação: o meia cruzou para o atacante subir sozinho e cabecear para abrir o placar. A bola ainda tocou na trave antes de entrar.
NENÊ FAZ O SEGUNDO
Se antes do jogo Prass havia dito que apenas um milagre livraria o Vasco da série B de novo, ele viu que fé e força não faltam ao se ex-clube. Seis minutos após o primeiro gol, a dupla vascaína voltou a entrar em ação. Dessa vez, foi Rafael Silva quem dividiu com a zaga alviverde, Vitor Hugo se atrapalhou e a bola sobrou para Nenê. Com categoria, o meia deslocou o goleiro e o encobriu com um toque sutil para fazer 2 a 0.
E por pouco Nenê não ampliou no fim do primeiro tempo em cobrança de escanteio que bateu no travessão. Irreconhecível em sua própria arena, o Palmeiras saiu vaiado pela torcida no intervalo enquanto os torcedores vascaínos entoavam o mantra “eu acredito!”. Quem não parecia muito no que estava vendo era Marcelo Oliveira, que tirou Rafael Marques e colocou Kelvin em seu lugar.
A alteração no ataque palmeirense, no entanto, não corrigia o principal problema do time: a falta de criação no meio de campo. Após um primeiro tempo de domínio vascaíno, a dúvida era se a equipe comandada por Jorginho ia conseguir manter o ritmo na etapa final e administrar a vitória.
O Palmeiras voltou com mais ânimo e posse de bola. Aos 13, após cobrança de escanteio, Thiago Santos pulou sozinho entre a zaga vascaína para cabecear no travessão. Foi o primeiro lance em que a equipe levou perigo ao gol de Martín Silva. Cinco minutos depois, Marcelo Oliveira resolveu mexer novamente no ataque, substituindo Lucas Barrios por Alecsandro. O paraguaio saiu vaiado pela torcida, mas o ex-vascaíno não acrescentou muito à equipe alviverde.
Enquanto isso, a equipe de São Januário cadenciava o jogo e subia ao ataque quando havia espaço, sem afobação. Diguinho, que fazia boa partida na marcação, também contribuiu numa dessas subidas. Aos 23, fez boa enfiada de bola para Rafael Silva, que entrou na área e chutou na rede pelo lado de fora.
Após o técnico palmeirense queimar sua última substituição trocando Egídio pelo estreante Fellype Gabriel, Jorginho também resolveu mexer aos 30: recuou um pouco o time tirando Rafael Silva para a entrada de Julio dos Santos. A marcação ficaria mais intensa caso Zé Roberto, deslocado para a lateral esquerda, e o meia que acabara de entrar conseguissem melhorar a criação do outro lado.
Como o perigo não se concretizou trocou também Riascos por Eder Luis para tentar renovar o pique no ataque. Não mudou muita coisa. Àquela altura, sua equipe conseguia tocar a bola e administrar o resultado, sem sofrer pressão do adversário.
PALMEIRAS 0 X 2 VASCO
Palmeiras: Fernando Prass, João Pedro, Jackson, Vitor Hugo, Egídio (Fellype Gabriel); Thiago Santos, Zé Roberto, Robinho; Lucas Barrios (Alecsandro), Gabriel Jesus, Rafael Marques (Kelvin).
Vasco: Martín Silva, Madson, Luan, Rodrigo, Julio César; Serginho, Diguinho, Andrezinho, Nenê (Rafael Vaz); Rafael Silva (Julio dos Santos), Riascos (Eder Luis).
Gols: 1T: Rafael Silva, aos 34 minutos, e Nenê, aos 40.