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24 November 2024
Foto: Antônio Saturnino

Taxa de homicídio de cidades baianas é equivalente a dos países mais violentos do mundo

No comparativo em número de homicídios, a Venezuela fica em Feira de Santana – ambas têm taxa de 54 mortes por 100 mil habitantes

Em troca de dinheiro, um homem abandona uma cabeça humana no centro da cidade, alardeando mais um assassinato cometido por uma facção criminosa. A cena parece a de um país em guerra, mas ocorreu em Porto Seguro, em dezembro de 2014, ano em que a taxa de homicídio na cidade do Sul da Bahia (86,5) quase atinge o indicador de Honduras, país onde mais se mata no mundo, com 90 assassinatos para cada 100 mil habitantes.

No comparativo em número de homicídios, a nossa Venezuela fica ali, em Feira de Santana – ambos têm taxa de 54 casos por 100 mil habitantes. Já Juazeiro, Vitória da Conquista e Salvador conseguem, isoladamente, registrar mais homicídios que a Guatemala, país onde 60% dos cidadãos possuem arma de fogo.

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Enquanto o Brasil, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), é responsável por 10% das mortes violentas do mundo, a Bahia concentrou, segundo dados preliminares do Ministério da Justiça, divulgados no mês passado, 11% dos homicídios confirmados no país em 2014.

Crack na parada

Com a maior taxa do planeta, segundo um levantamento do Banco Mundial divulgado em 2014 (baseado em informações de 2012), Honduras é um país marcado pelo narcotráfico.

Em 2002, registrou 55 de taxa de homicídio. Em dez anos, o índice passou de 90. Fatores políticos, como um golpe de Estado, em 2009, e a suspensão da assistência antitráfico dada pelos EUA, são apontados como influenciadores da crise de segurança no país da América Central, mas, segundo o Escritório das Nações Unidas contra Droga e Delito (UNODC), o combate ao tráfico no vizinho México foi ainda mais decisivo para a escalada da violência.

Honduras passou a ser uma das principais rotas de cocaína para os EUA, em associação com grupos criminosos mexicanos, e a disputa por quem lidera esse comércio ilegal resultou em milhares de mortos e refugiados (ver abaixo).

Por Alexandro Mota/Rede Bahia