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24 November 2024
Incêndio atinge região da Chapada Diamantina. (Foto: Edimar Carvalho/ Parque Nacional da Chapada)

‘Fogo continua e está em difícil acesso’, diz brigadista da Chapada

Região da Folga Larga é uma das mais preocupantes, segundo brigadistas.

Incêndio é considerado ‘sob controle’ pela Secretaria de Meio Ambiente.

O incêndio que atinge a Chapada Diamantina, na Bahia, ainda é preocupante em locais de difícil acesso, de acordo com brigadistas que combatem o fogo na região. Eles apontam que o principal foco é o que atinge a região da Folha Larga, próximo à nascente do rio de Lençóis. Por outro lado, o fogo que queimava a localidade de Barro Branco é considerado controlado por integrantes de brigadas voluntárias.

“O fogo continua e está em lugares de difícil acesso. Os focos estão em lugares mais altos na serra, então está voltando tudo de novo. No Morro Branco, no Capão, ainda tem muito fogo na serra. O Barro Branco é o mais próximo a Lençóis e tem 15 pessoas fazendo rescaldo, já foi 80% controlado, mas temos que garantir que não volte”, disse Janio Gledson Rocha, coordenador da Brigada de Resgate Ambiental de Lençóis (Bral).

Ele diz que as aeronaves à disposição do governo estadual estão sendo usadas pelos brigadistas para transporte de voluntários. “As aeronaves estão levando a gente para a cabeça maior do incêndio. Vamos pedir para levar para folha larga hoje [sexta-feira, 20]”, conta. Jânio diz que os brigadistas trabalham durante toda a noite e uma mulher, integrante da brigada, chegou a fraturar o dedo da mão durante o combate na quinta-feira (19).

Jorge Alves Dourado, que faz parte da Brigada Voluntária de Lençóis (BVL), reclama que os brigadistas estão exaustos e podem sofrer com problemas respiratórios.

“A galera está exausta porque a fumaça nos desidrata, o que acaba com o brigadista. E o pulmão fica prejudicado. A gente fala sempre para o brigadista se poupar da fumaça, mas está ventando muito e não tem jeito. O desgaste também ocorre por causa da caminhada e ter que levar material”, afirma.

Jorge Alves também alerta que é necessário maior apoio aos brigadistas para organizar melhor o combate às chamas desde o início do incêndio. “O fogo do Mucugezinho se propagou demais porque não tinha bombas e abafador. Se tivéssemos equipamentos mínimos, não tinha como o fogo como se alastrar tanto. Tem que ter estratégia e melhorar”, avalia.

O secretário de Meio Ambiente do Estado, Eugênio Spengler, reafirmou que o incêndio é considerado “sob controle” pelo governo.  “É a maior operação de combate a incêndios florestais já realizada no estado. São 96 bombeiros em Lençóis mais de 50 pessoas das Forças Armadas. Se não tivesse colocado a equipe, a situação seria caótica”, afirma.

Ele afirma que ações como a implantação de um sistema de comunicação entre brigadistas e de uma unidade do Corpo de Bombeiros especializada em incêndios florestais podem melhorar o combate ao fogo. Ainda segundo o secretário, 40 integrantes do Corpo de Bombeiros do governo de Brasília (DF) com especialidade neste tipo de incêndio são aguardados para chegar nesta sexta-feira (20) na região.

Por G1 BA