Pai de garoto que caiu de prédio teria saído para hospital
Cristiano Gouveia, tio e padrinho do menino Guilherme, de 5 anos, que morreu após cair da janela do sexto andar do prédio em que morava, no bairro de Brotas, em Salvador, falou sobre a ausência do pai Rafael Yokoshiro, 30, na residência, quando ocorreu o acidente com a criança. A informação foi passada à imprensa nesta terça-feira, 24, durante o velório do garoto no Cemitério Jardim da Saudade.
O padrinho do menino disse que o pai teria procurado emergências de hospitais para ser medicado, pois sentia dores nas pernas. Ainda segundo Cristiano, no momento em que a criança dormiu, ele teria aproveitado para sair. A justificativa para as dores, segundo Cristiano, é que Rafael teria jogado futebol um dia antes do fato e as dores começaram após ter tomado uma pancada na região.
Essa versão dos fatos poderá ou não ser confirmada nesta quarta-feira, 25, quando Rafael terá seu depoimento colhido. De acordo com a titular da 6ª Delegacia Territorial/Brotas (6ª DT), delegada Maria Dahil, ele não foi ouvido após o enterro da criança a pedido do advogado. “O advogado falou comigo e disse que o pai está muito abalado, e sem condições de falar. Já remarquei para que o depoimento seja colhido ainda nesta quarta-feira [25], talvez pela tarde”, disse.
Mas, nesta terça-feira, foram colhidos dois depoimentos sendo um do porteiro e outro do subsíndico do prédio. “O porteiro disse que viu o pai sair e, tempo depois, entrar no edifício. Depois que ele entrou, viu o desespero do pai com a criança já desfalecida nos braços”, comentou Dahil.
Assim como alguns vizinhos que estavam no prédio, o subsíndico disse, em depoimento, que acordou após os gritos do pai. “Assim como o subsíndico, alguns ouviram uma pancada. Pensaram até que fosse algo no metrô, mas só perceberam a queda após os gritos”, afirmou. Para verificar as possíveis circunstâncias da queda da criança, a titular da 6ª DT irá se reunir nesta quarta com o perito responsável pelo caso
Comoção
O enterro do menino Guilherme foi marcado por muita comoção e tristeza. No local havia cerca de 200 pessoas entre familiares do pai e da mãe da criança e colegas de trabalho de ambos. Os familiares do garoto pediram que a imprensa acompanhasse todo o enterro a distância. O corpo foi enterrado por volta das 17h30, sobre muitas homenagens