Aborto em casos de microcefalia divide igrejas cristãs
O aborto em casos de microcefalia não é uma questão consensual entre as várias igrejas cristãs no Brasil e seus representantes religiosos que participaram, na manhã desta quarta-feira, do lançamento da campanha da fraternidade, uma iniciativa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O foco da campanha neste ano é o saneamento básico.
Enquanto a Igreja Católica, por exemplo, é contra a possibilidade de interromper a gestação, a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil ainda não tem posição formada, e setores da Igreja Batista acham que a mulher deve ter direito ao aborto nesses casos.
A microcefalia é uma malformação na qual os bebês nascem com a cabeça menor que o normal e, na maioria dos casos, leva ao retardo mental. Exames feitos por laboratórios ligados ao Ministério da Saúde mostram ligação entre a epidemia de microcefalia, que atinge principalmente o Nordeste, e o vírus zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, que também é vetor da dengue e da chicungunha. Na sexta-feira da semana passada, a Organização das Nações Unidas (ONU) pediu que os países atingidos pelo zika permitam o acesso de mulheres à contracepção e ao aborto.