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4 October 2024

ABSURDO! Governo da Bahia suspende leite de menina alérgica

Segundo a mãe da menina, a dona de casa Vivian Bispo, a Prefeitura de Feira também foi intimada pela justiça pra liberar o produto.

A garota Larissa Bispo de cinco anos, que tem alergia alimentar múltipla, vem enfrentando dificuldades para conseguir um leite especial que custa mais de 150 reais a lata. Inicialmente o governo do estado liberou o alimento, mas suspendeu. Segundo a mãe da menina, a dona de casa Vivian Bispo, a Prefeitura de Feira também foi intimada pela justiça pra liberar o produto.

“Eu recebia esse leite desde 2006. O estado vinha cumprindo com a decisão judicial nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro. Do mês de março pra cá ninguém cumpriu, nem município e nem estado, uma vez que eles foram determinados para dar. O município alega que a obrigação é do estado, pois a criança tem cinco anos de idade, enquanto isso minha filha fica prejudicada, pois não tenho condições de comprar o leite. Voltei a Defensoria Pública, que tem feito um bom trabalho e sempre me atende muito bem, mas o defensor sozinho não pode fazer muita coisa”, afirmou.

Ela conta que um defensor público fez uma petição ao juiz, que pediu um bloqueio de contas do estado ou do município, em dezembro do ano passado, para segurar o dinheiro e comprar o leite. Vivian Bispo afirma que está aguardando o despacho e que não tem condições de comprar o leite, já que o custo é de quase quatro mil reais por mês.

Problemas desencadeados devido a alergia

A mãe de Larissa Bispo conta que a criança nasceu com síndrome de down, mas que não apresentou nenhum problema de saúde até os sete meses de vida. Após esse período, conforme relato da mãe, a garota começou a descondensar alergia, inicialmente ao leite, e depois começou a apresentar reações alérgicas a outros alimentos.

“Passou a ter problemas ao ingerir frutas, carnes, arroz, todos os alimentos do dia a dia. Ela fica com edema facial, com anemia, vômito e tudo isso prejudica. É preciso fazer internamento para transfusão de sangue. Ela se alimenta apenas de leite e feijão branco. Eu ligo para secretaria de Saúde do estado e eles alegam que tenho que aguardar, pois ainda não fizeram compras e o município a mesma coisa, enquanto isso a gente fica de mãos atadas. Eu peço ajuda da população para me ajudar, peço a secretaria do município que me ajude e até então, quem puder me ajudar, eu agradeço”, pediu.

A nutricionista do Programa de Assistência Nutricional da prefeitura, Rita de Cassia Paz, diz que a prefeitura não se nega a dar o leite especial, mas que a responsabilidade é do governo do estado. Ela explicou que Larissa tem cinco anos e pela idade foge da área de cobertura do município, que tem a obrigação de fazer a cobertura em casos de crianças de 0 a 24 meses.

“O estado estava fornecendo o leite para Larissa e tem que permanecer no fornecimento, mas o município em momento algum se negou, inclusive em janeiro, quando chamamos a mãe para fornecer o leite, ela informou que o estado já estava fazendo esse fornecimento. A partir do momento que ela informou que o estado deixou de fazer o fornecimento, eu avisei que a gente forneceria. Consultei os meus superiores e o fornecimento foi autorizado. Estamos em processo de finalização de compra, pois é uma verba pública e é uma fórmula que não é padronização nossa, já que é para crianças acima de dois anos de idade e precisa ser comprada especificamente para essa garota”, explicou.

A nutricionista acrescenta que para comprar o leite existe todo um trâmite legal. “Temos que abrir uma licitação, pois é verba pública e a própria lei exige. Consultei o setor de compras e já está no fechamento do processo burocrático. Assim que a gente receber a fórmula, entro em contato com a mãe da criança. Já conversei com ela e expliquei todo o processo”, afirmou.

Rita de Cassia explica que em casos de crianças menores de dois anos com alergia alimentar, os pais devem dar entrada, fornecer toda a documentação exigida pela parte jurídica e ao serem aprovados os documentos, essa criança passa a receber a fórmula e a ter assistência nutricional do município.

 

 

Fonte ACORDA CIDADE Daniela Cardoso e Ney Silva