Alunos de colégio particular de Salvador usam roupas de organização racista e fotos repercutem nas redes sociais
A fantasia de dois estudantes do Colégio Anchieta, em Salvador, durante o evento “Dia do Mico”, repercute nas redes sociais. Os jovens se vestiram como membros da Ku Klux Klan, organização que promove a superioridade dos brancos e pratica atos contra os negros nos Estados Unidos.
Os alunos aparecem em pelo menos duas fotos publicadas na internet. Em uma delas, eles estão ao lado de dois colegas que possuem a pele na cor branca e um dos meninos faz um sinal que lembra a saudação do ditador nazista Adolf Hitlet. Na outra imagem, os estudantes fantasiados estão ao lado de um colega negro.
As fotos tiveram repercussão e foram criticadas. “Gostaria de dizer também que a apologia ao nazismo aqui no Brasil é crime”, afirmou um internauta. “Alguém avisa que racismo é crime”, disse outra pessoa. “Pelo que foi relatado, esses alunos ‘fantasiados’ foram conduzidos de carro pelos próprios pais até o Colégio Anchieta e assim entraram/circularam pelas dependências sem nenhuma intervenção?”, questionou um internauta. “Não me deixaram entrar com um cacho de bananas, mas ir vestido com traje de grupo que matava e perseguia negros pode”, escreveu outra pessoa.
O Colégio divulgou uma nota afirmando que a encenação é “incoerente com os objetivos do mico e com a filosofia do Colégio Anchieta”. A instituição ressaltou que não comunga com a ação dos alunos, mas alega que, “como educadores, sabemos que no trabalho com jovens, vez por outra, eles podem se equivocar no agir e no pensar, o que requer nossa orientação como parte efetiva de intervenção no mundo adolescente”.
O “Dia do Mico” é realizado todos os anos com os alunos do 3º ano do ensino médio do colégio, um dos mais tradicionais de Salvador. O tema dessa edição era “Tribos urbanos”.
A polêmica envolvendo os estudantes baianos lembra um caso semelhante que aconteceu durante uma festa escolar no Rio Grande do Sul. Na ocasião, os alunos se vestiram de ambulantes, vendedores de loja, auxiliar de limpeza e hippie no evento batizado de “Se nada der certo”. A atitude dos jovens também foi criticada na internet.