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2 October 2024

Após ‘briga’ com torcida em estádio, jogadores desabafam: “precisamos de apoio”

Teve torcedor vaiando gol da vitória, jogador fazendo gesto obsceno para a torcida e dirigentes atacados com copos

Vaias na hora do gol feito no último minuto de jogo, agressões verbais, arremesso de objetos contra dirigentes e gestos obscenos dos jogadores em direção às arquibancadas. O clima entre Bahia e torcedores está estremecido.

Terça-feira, na Fonte Nova, o tricolor venceu o CRB por 3×2 no sufoco, gol de Gustavo Blanco aos 48 minutos do segundo tempo. O suspiro de alívio, no entanto, veio acompanhado de tensão. Um grupo de torcedores vaiou na hora do gol.

Outro, no lounge, jogou objetos em direção ao camarote onde o presidente Marcelo Sant’Ana assistia ao jogo. Ligados no que acontecia nas arquibancadas, jogadores e até membros da comissão técnica gritaram, xingaram e fizeram gestos obscenos em direção à torcida.

Ontem, um dia após o clima hostil vivido na Fonte Nova, o presidente tricolor se pronunciou. “Queria entender de onde vem tanto ódio e rancor. Quando o jogo estava 2×1, ouvi xingamentos e que deveria renunciar. Quando empatou, jogaram cervejas e objetos”, conta Sant’Ana.

O gerente jurídico Vitor Ferraz e a esposa do diretor de mercado Jorge Avancini foram atingidos por copos de cerveja. “Os números do Bahia durante o ano mostram que a campanha tem sido satisfatória. O Bahia é o time que mais marcou gols nesse ano no país. São 90, ao todo”, pontua o presidente.

Questionado sobre a postura dos atletas, Sant’Ana admite nervosismo entre o elenco, mas sai em defesa dos jogadores. “Há muita pressão em cima deles. Alguns desabafaram e extravasaram. Vi um ambiente hostil para uma equipe que tem tentado se superar”, completou.

O técnico Sérgio Soares criticou a reação raivosa dos atletas. “Tem que fazer o torcedor vir para o nosso lado. Não é fazendo gesto que você vai conseguir. É trabalhando, buscando jogadas. A gente precisa do torcedor do nosso lado”.

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Chateados com as vaias, os jogadores comentaram o episódio. “Podem vaiar se quiser. É difícil não se chatear, mas peço que façam isso depois do jogo. Espera acabar. Na hora do jogo, precisamos de apoio”, pediu Zé Roberto.

Já Yuri preferiu não inibir o torcedor. “É um direito deles. Podem vaiar se não gostaram”. Um dos mais exaltados era Kieza que, mesmo após ir para o vestiário e tomar banho, deixou o estádio irritado. Pouco depois, desabafou nas redes sociais.

“Sempre vou defender meu grupo, meu treinador e a torcida. Quando cobrei na hora do terceiro gol, não quis jamais ofender a torcida ou um torcedor em especial. Somos cobrados todo o tempo e, se há cobrança, é porque confiam que podemos mostrar muito mais”, diz parte do texto.

O Bahia vinha de quatro empates seguidos por 1×1 na Série B. Terça, vencia por 2×0 quando deixou o CRB empatar. O triunfo garantiu a volta ao G-4. Amanhã, o tricolor visita o Paraná, às 21h30.

Por: Correio