Após ser criticado nas redes, Tiago Leifert se desculpa por fala sobre jovem palmeirense que morreu
Gabriela Anelli, 23 anos, morreu durante confronto de torcedores de Palmeiras e Flamengo
O jornalista Tiago Leifert foi criticado na web depois de comentar sobre a morte da jovem Gabriela Analli, que foi vítima de uma briga entre as torcidas de Palmeiras e Flamengo. Após uma live do canal 3 na Área, o nome do apresentador foi um dos assuntos mais comentados nas redes.
“Eu fiquei surpreso porque tem que parar o campeonato? Tem que parar o campeonato, uma pessoa morreu, tinha que parar o campeonato, mas não vai parar. Eu fui procurar notícia, mas não vi em lugar nenhum. E eu fui me perguntar porque essa notícia não estava em lugar nenhum? Foi muito difícil de investigar para tentar entender o porquê, mas eu descobri”, iniciou.
De acordo com o site Metrópoles, Leifert contou que procurou o Instagram da jovem, que tinha menções à Mancha Verde, torcida organizada do Palmeiras, e foi às redes do grupo. Lá, ele contou que muitas pessoas colocaram a culpa na torcida do Flamengo pela morte de Gabriela.
“Segundo a Polícia Militar, dois torcedores do Flamengo estavam passando na rua principal do Palestra Itália, na frente da bilheteria A, com a camisa do Flamengo, e a torcida do Palmeiras foi para cima deles, começou um confronto e voou vidro, estilhaços de vidro e pegou nela. Ela é da Mancha Verde, ela não estava na bilheteria entrando no estádio, ela estava do lado de for do estádio, junto com os torcedores que ficam do lado de fora do estádio”, declarou.
Então, ele fez um comentário sobre a torcida do Palmeiras.“Tem gente que entra no estádio, uma boa parte da organizada que fica na rua para bater nas pessoas que passam. Se passar uma pessoa de vermelho, em um jogo do Flamengo, eles vão perguntar porque. Ela não merecia ter morrido, mas ela corria um risco estando ali porque é da torcida organizada”, explicou.
Logo depois, ele disse que a torcida deveria ser fechada. “Como que a gente vai resolver isso? Fechando a organizada, tem que fechar. A Mancha Verde tem um escritório na frente do estádio. Se eu me lembro, eles foram banidos e tiveram que mudar o nome para Mancha Alviverde para continuar existindo. Ela fazia parte dessa torcida. Dizem, também, isso eu não consegui apurar, que ela tinha um relacionamento com um diretor de alguma organizada, como vai resolver isso tudo? Fechando a organizada”, declarou.
E para finalizar, ele estendeu as críticas aos jogadores e treinadores. “Tinha que parar o futebol, uma menina de 23 anos morreu. ‘Ah, mas ela era de organizada?’ Cara, ela era uma menina, ela morreu. Não vai acontecer nada. Eu fico mais surpreso ainda com a hipocrisia generalizada na imprensa e dos jogadores e dos treinadores”, encerrou.
Pedido de desculpas:
Depois da repercussão das críticas, o jornalista utilizou seu perfil nas redes sociais para se desculpar e corrigir a informação dada no canal do YouTube. “Antes que tome uma proporção maior do que merece, eu queria pedir desculpas por um erro que eu cometi no 3 na Área, um erro de informação, um erro baseado nos relatos de quem estava ali, de Polícia Militar e imprensa, mas que agora de tarde, horas depois, a gente já sabe com mais detalhes o que aconteceu”, disse.
Tiago Leifert contou que a torcedora estava no portão D, e não no portão A, que aconteceu uma outra confusão durante a partida, quando foi atingida por uma garrafa.
“Peço desculpas, ela não estava no confronto do A, o confronto do A foi durante o jogo, foi feio, mas ela já tinha sido atingida. Ela foi atingida antes do início do jogo, perto do portão D. Então, eu peço desculpas”, declarou, acrescentando que “não estava espalhando fake news, era uma informação errada, me desculpa, não era fake news”.
“Não muda o fato, não muda a tragédia que é e, mesmo que ela estivesse no portão D, provocando, batendo o tambor, não muda nada, porque veio uma garrafa do outro lado e matou ela. Quem é de organizada assume um risco, quem hoje é de uma torcida organizada, assume um risco. Uma organizada que vai ao estádio, assume um risco. Uma organizada que vai a outro estádio de ônibus também assume um risco”, disse ele criticando as organizadas.
O jornalista também falou que ficou ‘chateado’ com a proporção do seu erro. “O meu erro de informação de manhã é muito mais importante do que o fato real de que uma pessoa morreu em um confronto de organizadas? Eu fico muito chateado com tudo porque eu estou há semanas falando que alguém ia morrer. Isso não sai em lugar nenhum, não sai em perfis de fofocas, ‘é coisa do futebol’”.
E para finalizar, ele explicou que muitas pessoas erram as informações. “Quem está com raiva de mim porque eu errei uma informação hoje, ok, estava errada mesmo, mas não só eu, um monte de gente errou. E agora a gente já sabe mais detalhes, só que não muda o fato de que uma pessoa morreu no estádio e que, de novo, é um problema de organizadas”, completou.